Facção Central - Lágrimas letra (lyrics)

[Facção Central - Lágrimas letra lyrics]

Vejam só
Que história boba eu tenho pra contar
Quem é que vai querer, me acreditar?
Eu sou palhaço sem querer

Cheiro bom de café
São três horas em São Paulo
Rotina na maioria dos favelado
Pego o busão às quatro, lotado, abafado
Perfumes se misturam, fico enjoado
Antes das sete tô no trampo, já chego cansado
Hé, mas nunca atrasado
Trabalhando e pensando na família
Mãe, mulher, filhos, o filho da minha menina
Que com quatorze ficou grávida
Aos quinze fugiu de casa
Voltou com dezessete, dez quilos mais magra
Viciada, filho pequeno nos braços
Sem auto-estima, alegria, jogou tudo pro alto
Saudade de você, da sua infância
Sonhava ser modelo, Gisele Bündchen africana
Hoje tá viajando no mundão, na Cracolândia
No Corote, na pedra
Nas férias atrás da tranca

Vejam só (Vejam só)
Que história boba eu tenho pra contar
(Eu tenho pra contar, pra contar)
Quem é que vai querer, me acreditar?
(Quem é que vai?) eu sou palhaço sem querer

Ser forte nas derrotas, a vida ensina
Sem moradia com a família em área invadida
Num é querer, é precisão
Sobrevivo ás margens
Nóis enfrenta por amor e com muita coragem
Reintegração de posse, manobra milionária
Mais uma vez nóis junta o que
Tem e parte pra outra área
Meu moleque do meio já tá compondo uns rap
SP, Facção, DF, GOG, Cahegi
Sempre fiz o que pude, sempre com esperança
Mas de janeiro a janeiro
Um dia a gente cansa
Toda noite confesso, tomo duas no boteco
Não vejo a hora de chegar e pôr um chinelo
Cheguei na quebra, de longe vi a fumaça
A favela pegou fogo, os barraco virou brasa
Mas, e a minha família?
O Bombeiro me conforta:
(Não teve nenhuma vítima)

Vejam só (Vejam só)
Que história boba eu tenho pra contar
(Eu tenho pra contar, pra contar)
Quem é que vai querer, me acreditar?
(Quem é que vai?) eu sou palhaço sem querer

Foram quinze anos sem registro
Salário mínimo tô sem chão, é fui demitido
Anoiteceu, agora fodeu, só por Deus
Tomei coragem pra contar o que aconteceu
Minha rainha, sozinha
Num castelo de dois cômodo
Cadê todo mundo, que eu não encontro?
Quase perdi a cabeça, arranquei a cabeça
E a culpa é de quem, a culpa é do sistema
Mil cairão ao teu lado e
Dez mil à tua direita
Cê num vai ser atingido filho
Num faz besteira fui abandonado pela família
Só sobrou eu e minha eterna mãezinha
Ficou muito pior, o que tava ruim
Tristeza não tem fim, felicidade sim
Dois anos depois ela faleceu
Hoje minha história é testemunho de Deus

Vejam só (Vejam só)
Que história boba eu tenho pra contar
(Eu tenho pra contar, pra contar)
Quem é que vai querer, me acreditar?
(Quem é que vai?) eu sou palhaço sem querer

E vejam só, e há quem diga que o palhaço é
No grande circo apenas o ladrão
No coração de uma mulher

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