A286 - Misericórdia letra (lyrics)

[A286 - Misericórdia letra lyrics]

Injustiçado, excluído
Alvo do tiro na causa da guerra
Ta aqui seu sucesso filho da
Puta: Mira e descarrega
Nasci pra ser o sangue que traz a fama
O corpo esquecido na mata
O lenitivo pro estresse
A sociedade moderna que mata
O exemplo vivo do fim sem glória
De quem trocou o livro didático
Pela doença respiratória, pro prato miserável
Que opção? Pra quem aqui nasceu pobre
Com o pai inválido
Agrotóxico, fuzil ou malabarismo no semáforo?
Justiça, o rosto irreconhecível
Com inúmeros furos
O sangue do inocente aqui é
Mérito ao ditador oculto
Que arranca sua unha no estilete, seus dentes
Te ensina que é para rolê de
Blazer pro meio do mato


Lembranças pro diabo

Esquece e vê que paz não passou de esperança
Me mata e prova pro mundo
Que aqui existe segurança
Me faz crer que ainda existe luz no infinito
Se não é busca do objetivo de semiautomática
É suicídio pai nosso que estais no céu
Santificado seja o teu nome
Me mostra o fundamento da dor
Da criança morrendo de fome
A inteligência do homem é o
Avanço tecnológico em vão
Pra que evolução da cana de açúcar
Produção de carvão?
E eu só queria ser feliz e esquecer
Que se eu quisesse viver ia ter
Que pedir socorro pra você
Pelo amor de Deus quem têm um trocado
Me ajuda, minha filha tem câncer caralho
Questão de tempo amém, caixão doado
Amor ao próximo, aí resume nossa dor
Final feliz aqui termina fedendo
Num caixão com flor
Que misericórdia teórica é sangue
Derramado na prática
Monstruosidade atrás da figura carismática

"Click, cleck, pow" vai pro inferno
E conta pro diabo a crise do mundo moderno
"Click, cleck, pow" vai pro inferno
E conta pro diabo a crise do mundo moderno
"Click, cleck, pow" vai pro inferno
E conta pro diabo a crise do mundo moderno
"Click, cleck, pow" vai pro inferno
E conta pro diabo a crise do mundo moderno

Quando a catástrofe é o sangue
Que não repercute o luto
O choro em silêncio no escuro
Aqui não comove o mundo
Pro distúrbio de quem nasceu sem documentação
Pro porco de farda te dando bica
Na cara e adeus audição
Assistência comum aonde conforto é
Acesso ao direitos humanos
Pra aquele que só teve lágrima
Como bênção dos santos
Que Deus te livre do veneno
Do inverno sem teto
E não seja preciso reconhecer o
Corpo do filho do necrotério
Tentativa frustrado no ferro
Enterra o defunto que esperava a sorte
Aborto na base da bica no feto
Pra quem só têm o corpo pra fugir da fome
Semblante traumatizado, desesperança
De um pai que foi trampar na chuva
E quando voltou cadê as crianças?
Descaso do filho da puta
Afoga no barro toda a sua família
Me põe no assalto, de Taurus, sonhando
Perdeu a vida
Maldição, peste desconhecida, refúgio
Pra quem não nasceu herdeiro do
Trono é coroa de flores, silêncio no túmulo
Crise, calamidade, tiro, "porra
Era meu filho"
Vem ver sua desgraça explodindo
Em fogos de artifícios
Roupa branca, expectativa de
Paz na seguradora, armada
Na blindagem do vidro e filmadora
Na porta de casa eu preferia ser o exemplo
Sucesso com material escolar
Sem precisar atirar pelo o direito de sonhar
Ódio que cega
Sente a compaixão do enfermo e já era
Vai pro inferno cuzão
Pra entender que o valor aqui faz a guerra

"Click, cleck, pow" vai pro inferno
E conta pro diabo a crise do mundo moderno
"Click, cleck, pow" vai pro inferno
E conta pro diabo a crise do mundo moderno
"Click, cleck, pow" vai pro inferno
E conta pro diabo a crise do mundo moderno
"Click, cleck, pow" vai pro inferno
E conta pro diabo a crise do mundo moderno

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