AaRON, Cardoso - Sobrevivente letra (lyrics)

[AaRON, Cardoso - Sobrevivente letra lyrics]

"O sol nasce todo dia pra alguns
E num adianta vira a costa pra luz
Sendo que a realidade que domina
Deturpa a mente e faz nos ver distante
Socialmente
Viver consequentemente indevidamente
Disseminando o ódio contra
Nossa própria gente um plano presente
De quem se encontra, no topo da piramide
E nunca paga a conta
Virando formiga, contra formiga
Depois só queimam o formigueiro pra
Brindar a nossa briga
Mas é mais lucro escravizar
Depois de nos separar
Um povo desunido e sem crença
É mais fácil manipular
Cultura sem incentivo, ditadura é velada
Reflexo de tudo isso, só olhar pra quebrada
Os moleque ainda acha que o
Sucesso é o pisante de mil reais


E teu coração num cabe na estante
Eles não querem te ver informado
Pra eles é perigoso o
Filho da senzala alfabetizado
E quando nossa aldeia publicar nossa história
Vão ver quem é vão
Tentar apagar nossa memória
Nós vivem um tabuleiro preto e branco
Sangue derramado de Kayapó e Banto
Sociedade xadrez ainda das seis as
Seis mais uma vez
O pião linha de frente é homem bomba
Pra defender um rei que descansa na sombra
Mas uma hora tomba, pois promove o hecatombe
Apocalipse pessoal diário, chamado fome
O povo se reúne em praça pública
E adere ao ditador
Acendedor da fogueira da guerra
Com lenhas do ódio
Cortado com o machado da opressão
Jorrando faíscas de sangue produzindo
Alienação
Muito amor pra todo globo e poder pro povo
Muito amor pra todo globo e poder pro povo

Não é o índio de cocar o patrão da coca
O firma de coque beirando o poste da esquina
Não porta helicóptero para o transporte
Da cocaína sem contrato com o magistrado
Que garante mais um processo arquivado
Não ver nada ofuscado pela neblina
Rap é a luz, a querosene a lamparina
Os Mc's manos e minas
Carregam em si o peso da palavra
O fardo, o que faço me deixa de alma lavada
O descaso com a quebrada
Mancha de sangue as calçadas
Vagando nas madrugadas
Sem pena dos que fazem sofrer
Negros, pobres e indígenas
Marcados pelas feridas
Quantos tiveram que morrer
Não venha desmerecer a causa é legítima
Nesse conflito o interesse
Dos grandes, faz várias vítimas
A busca pelo poder e o capital
Funcionam como uma máquina mortífera
Ah, eu vou sair pra respirar
Aproveitar que ainda não tiveram a ideia
De privatizar o ar traz pra cá
Essa uzzy e esse AK
Utilizam a guerra como forma de lucrar
Diversar formas de exterminar o homem
Mas não encontram a fórmula
Pra erradicar a fome
Brasil sem miséria? fala sério
Que bom seria, se fosse a vera
Seguimos vivos do DF até a Cidade velha
Já decidi meu lado, vire a esquerda
É nós favela

(Liberdade é poder sorrir em meio a guerra
Que não foi declarada no meio
Da selva de pedra
Liberdade é poder sorrir no meio da guerra
Mais um sobrevivente do Areal a Cidade Velha)

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