ADL, Xará, Nina Black - Depois da Festa letra (lyrics)
[ADL, Xará, Nina Black - Depois da Festa letra lyrics]
10 pràs 6: 00 já é pra tá de pé
Ele sai do banho
Esquenta o pão e água pro café
Pensa na vida em ordem, assim é: família
Dinheiro
Se o alicerce é bom, ó prédio tá inteiro
Tem alma de pedreiro, malabarista urbano
Vai, valores verdadeiros, casa aqui não cai
Homem livre tipo eu, pecador
Busca na razão de ser a paz interior
Por que? Por que que eu não
Pedi perdão? Me diz: Pra que?
Se eu sei que eu nasci livre
É difícil de entender
Irmão, eu ando pela rua
Só dominando os cantos
Vou picotando as avenidas e
O cinza contrastando
Vários perdendo a honra pra
Imperar nessa utopia
Penhora humana essa, a Caixa não avalia
Não sonha, mira no horizonte
Não erra a pontaria
Segue firme que vira e vai clarear e bom dia
Eu já brindei copos vazios, falsos sorrisos
E depois da festa eu chorei
Acreditei, eu me iludi
Eu já saí pra procurar
Um lugar onde eu pudesse descansar
Eu me cansei, mas consegui
Quantas vezes te mandam um rap
Contra a minha própria quadrilha?
Dar uma casa pra minha irmã?
Dar conforto pra minha família?
Ser o exemplo pra minha filha?
Muitos perguntam tiram minha paz
Se eu vou ser frente igual minha mãe ou me
Envolver no crime que nem o meu pai?
As vezes eu te peço perdão
É foda ter ódio pra fazer canção
Vida sofrida
O sistema obriga a fazer justiça
Com as próprias mãos
Esvazia é o seu coração, deixo na lisa
Copo sempre cheio
Até entendo que a vida é passagem
Mas nela eu não to pra ficar de passeio
Segue sorrindo o soldado ferido, não
Não pode perder nosso flow
Que na praça de vida lotada a
Vida é dez minutos pros gols
Tendo pão, um arroz com feijão
Antes de comer nóiz agradecia
Os problemas não vão derrubar quem foi
Criado à café com farinha
Pros que dividiram a fome agora
Nóiz vamo dividir um banquete
A gente não vive do rap
Mas cada um de nóiz morreria pro ele
Fica triste quem tá com saudade
Que minha alma jamais não doesse
Os que descansam na eternidade
A gente se encontra qualquer dia desses
Eu já brindei copos vazios, falsos sorrisos
E depois da festa eu chorei
Acreditei, eu me iludi
Eu já saí pra procurar
Um lugar onde eu pudesse descansar
Eu me cansei, mas consegui
Eu também já parei só pra pensar se vale
Nada é massagem, nada é de graça
Lhe interessam até no valor do Deus lhe pague
Eu não sou bobo
Ninguém gosta e aceita viver com pouco
Eu também quero um Hilux, um Rolex
Fartura pro morro
A corda aperta meu pescoço e toda verdade
Que que eu tenho de valor são
Minhas rimas de ódio e saudade
Sagacidade pra trabalhar e pagar o que come
Nunca fui playboy
Mas sempre fui sujeito home
Eu posso dizer que eu aprendi a sobreviver
Onde a palavra vale a vida
E o filho chora e a mãe não vê
Dinheiro, carro, ouro, prata
Nada disso salva
Todos morreremos e apodreceremos sós
Seu mundo não é sofrido como o meu
Nem tão valioso quanto o meu
Você se esqueceu? Não questione, faça
Vai gaste seu dinheiro imundo
Enquanto tão ganancioso
Eu fortaleço o meu conjunto
Menor traz lá do alto
Agora ta correndo atrás
Já não só mais atraído pelos bem materiais
Mas eu prezo no miolo
Honro a pele de crioulo
E se tiver contra os meus
Princípios não tem desenrolo
Poeta armado, pacífico, escravizado
Sou alvo das piadas do João Plenário
Bota cara você atrás da gravata
Pare um minuto pra ver o quanto tu mata
Eu sou a mancha de sangue
No seu cenário de avareza
Tu fecha sua janela pra não ver nossa pobreza
Espírito de guerreiro, de justiça herdeiro
Da poesia de luta
De luta de sofredor brasileiro
Eu já brindei copos vazios, falsos sorrisos
E depois da festa eu chorei
Acreditei, eu me iludi
Eu já saí pra procurar
Um lugar onde eu pudesse descansar
Eu me cansei, mas consegui