BRAZA, Eduardo Marinho - Pedro Pedreiro Parou de Esperar letra (lyrics)

[BRAZA, Eduardo Marinho - Pedro Pedreiro Parou de Esperar letra lyrics]

(Fé em Deus) nasci pobre, favelado
Sem recato e sem madrinha
Vi meu pai estuprar minha mãe
Muito doido de farinha
Logo cedo fui pro mundo, assaltar
Catar latinha
Tinha sangue nos meus olhos porque
A raiva me convinha
Cresci na rua e vi a crua crueldade do animal
De cimento fiz a cama e de grades meu varal
Desprovido e excluído no sentido literal
Menos apto segundo o darwinista social
Aos vinte veio a sorte num abrigo milagreiro
Onde aprendi as letras e o ofício de pedreiro
Acordava ainda escuro
No flagelo por dinheiro
Não esperava do futuro o alívio derradeiro

Construí um shopping onde eu nunca passeei
Prédios e escolas onde eu nunca estudei

Ao lado de Mariléia eu formei uma família
E o amor que nunca tive
Vi nos olhos da minha filha
No mar competitivo meu lar era uma ilha
Até que um dia o infortúnio
Cruzou a minha trilha
Canelas pretas e blindados invadindo a favela
Gritaria, moto taxis, confronto na viela
Um senhor de braços fortes como
Um escravo de Benguela
Agonizava nos meus braços
Alvejado na costela
Toda a minha vida e o que vira até então
Fez sentido nas palavras desse velho ancião:
"Vítimas e algozes, todos somos, todos são
Nas metrópoles em chamas, irmão contra irmão"

Não espero mais a morte
Nem o norte nem o trem
Eu me chamo Pedro, e você sou eu também

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