Dealema - A Grande Tribulação letra (lyrics)
[Dealema - A Grande Tribulação letra lyrics]
E toda a rede elétrica do planeta
Poderá ser só o início de
Um admirável mundo novo
Aqueles que vagueiam no escuro
À procura de velas sem
Saberem o que aconteceu
Preparem-se, o cenário vai piorar
Daqui em diante
Foi como todo Universo submerso na escuridão
No dia em que o planeta alterou
O seu eixo de rotação
Não sobrou intacta uma torre de alta tensão
E assim nasceu um motim nos
Dias do fim da televisão
Cadáveres acumulados em corredores
De hospitais sem energia para reanimar quem
Perdera sinais vitais
Bancos tomados de assalto
Sangue fresco no asfalto
Crianças choram com medo em
Pânico e sobressalto casas barricadas
Tábuas cobrem todas as janelas
A noite é guerra sem tréguas
Vigilância à luz de velas
Era dos poucos sentinelas
Vivos naquela região
Outros partiram para a montanha
E formaram rebelião
Mantido no sótão a acumular mais informação
Num diário de bordo de acordo com
O protocolo da minha missão
Na rua começa a luta
Por mantimentos e munições
Humanos salivam furiosamente em
Cerebrais disfunções
Não sabia que podia haver o dia em
Que o céu era cor do sangue
O pânico chegou num instante
Idosos não resistem aos destroços
Foram mortos
Há fogo na cidade, a noite é arrepiante
Lagartas de aço esmagam restos mortais
A carne presa na blindagem dos
Tanques atrai os cães
A fúria da população é alucinante
Pinto o quinto círculo do Inferno de Dante
Vejo animais carbonizados por
Cocktails Molotov
Em pilhagens há demónios com fome
Vejo o reflexo das chamas nos
Olhos de uma criança
Que arrasta o pai pelo chão, é tarde demais
Mais um órfão da destruição humana
Altifalantes anunciam paz nas ruas
Liguem os canhões de água
Tudo aquilo em que acredito teve
O fim naquele dia
Tive que matar o meu melhor amigo, sobrevivo
O que é que vais fazer
Quando a energia cessar
E a escuridão emergir?
Ninguém te irá socorrer
Vai-te já preparando para o que virá a seguir
Tento manter a calma, não entrar em choque
Deambulo pelo caos, sinto o cheiro da morte
Sigo os animais em fuga para a Natureza
Dentro de mim grita o
Instinto de sobrevivência
Tenho que encontrar abrigo
Acender uma fogueira
Escavar uma trincheira para
Escapar à hipotermia
Em busca de um refúgio sem GPS ou bússola
De dia sigo o sol, à noite guio-me pela ursa
Maior, Orion, Polaris, Cassiopeia
Recordo a infância e livros de astronomia
A prioridade é a segurança, afio uma lança
Com um canivete suíço
Que trago sempre comigo
Às vezes repouso o corpo
Mas a mente não descansa
Colho bagas, mato a fome
Mas a sede pede um rio
Não desisto, a necessidade aguça o engenho
Sobreviver agora só depende do meu empenho
2012 não foi o fim do mundo
População em sono profundo, escrava do fundo
Monetário Internacional
Agora formei comunidade
Fora de uma cidade em caos total
Os donos destes mundo levaram a avante
O plano de destruição fez correr o sangue
Dos espectadores às suas ordens
Viemos das prisões e correntes na Inquisição
Às mentes alienadas dos jovens pela televisão
E agora despertam do coma e
Os que se apercebem
Sentem revolta, querem de volta a liberdade
Nesta comunidade, permacultura
E naves terrestres são uma realidade
Sem depender de electricidade
Excluir com certeza
Outras formas destruidoras da natureza
Reconstrução do planeta de forma lucrativa
Na nova economia, aqui a vida é gratuita
A pobreza
Impossível outro nível de consciência
Com base na auto-suficiência
Criei colectivos para gerir recursos naturais
Ambientar água, solos, plantas, animais
Sociedade de consumo rejeitada, auto-gestão
Porque a vida é uma dádiva divina
Uma criação
E a terrível especulação do mercado nos priva
Mas um dia este lugar deixará de ser utopia