Deau - Partir letra (lyrics)

[Deau - Partir letra lyrics]

Já não há nada a fazer
A não ser deixar partir
Custa a crer, mas é verdade
Preciso saber deixar cair
O que não soubemos construir
Tinha de acontecer um dia mais tarde

Até alguém se encher e dizer adeus
Preencher essa cama com cheiros meus
Rumos opostos, cada um com os seus
Quem levou os sonhos, nunca devolveu-os
O drama estabeleceu os contornos
Fontes doces brotam novos sais nos ombros
Diferentes horizontes são o cenário
Do que somos
Não me peças mais que represente o que fomos
Preciso de outra personagem por cima
Não consigo despir a que eu tinha
Esgotei os recursos dos quais dependia
Aplausos não convenceram a crítica
Saio para novos restaurantes na cidade


Ainda tens mesa naqueles que eu mais gostava
E quem de costume nos atendia
Pergunta por ti
E ainda é difícil dizer a sorrir
Que tu não vais voltar
E eu preciso dessa amnésia
É normal que julgues
Mas talvez percebas mais tarde
O que é ter olhos com vertigens
E o medo ao subir as pontes não
Ser deixar de sentir as pernas
Mas sim, não resistir a saltar
Desculpa se eu nem isso fiz não vales tanto
E o meu objectivo é chegar
Ao cimo da montanha o nevoeiro é grande
Nem dá para ver o tamanho
Mas assim conheço ao pormenor aquilo
Que um dia do topo a vista alcança

Já não há nada a fazer
A não ser deixar partir
Custa a crer, mas é verdade
Preciso saber deixar cair
O que não soubemos construir
Tinha de acontecer um dia mais tarde

Já não há nada a fazer
A não ser deixar partir
Custa a crer, mas é verdade
Preciso saber deixar cair
O que não soubemos construir
Tinha de acontecer um dia mais tarde

A chama do tempo vai derretendo
Partes do corpo como cera
E o que eu pretendo é conceber com liberdade
O que exprimo assim como o que me esprema
Aos poucos vou-me apercebendo
A solução origina o próximo problema
Uma peça só encaixa com outra por excelência
Quando ambas são iguais na mesma diferença
É um princípio inveterado
Ninguém inverter há-de
Se no fim verter água e sal não tem mal
É dever ter algo se para ti
O que escrevo é óptimo
Imagina se lesses ao contrário
O que faço no final de um dos versos
Conforme o acordo ortográfico
Muito aprendi eu sem querer
Se Deus olhou por mim, surpreendi-o sem crer
Eu ainda escrevo a giz, é fácil de apagar
Tudo aquilo que o quadro negro conter
Tu não ligues, é tarde
Nem repares no que fumo e bebo
Estou a ver se me deito cedo, vem, dita
A vida maldita
E outras coisas que eu não percebo
Só escrevi o que foi ditado
Mas cometi mais do que um erro
Antes de apontares o dedo
Tu soletra a palavra CU em frente ao espelho

Já não há nada a fazer
A não ser deixar partir
Custa a crer, mas é verdade
Preciso saber deixar cair
O que não soubemos construir
Tinha de acontecer um dia mais tarde

Já não há nada a fazer
A não ser deixar partir
Custa a crer, mas é verdade
Preciso saber deixar cair
O que não soubemos construir
Tinha de acontecer um dia mais tarde

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