Diabo na Cruz - Memorial dos Impotentes letra (lyrics)

[Diabo na Cruz - Memorial dos Impotentes letra lyrics]

No alegre cumear dos montes
Lá onde as oliveiras tremem
Andava um gavião de asas brancas
Parecia já saber que me perseguem
Ó areal, ó mar Atlântico
Ó vã lazeira má tristura
A obra há-de ser bem assentada
Na terra da firmeza e da loucura

Li pela manhã os números no jornal
Nada que impressione é-me tudo igual
As cartas do futuro dêem morte ou glória
Pró bicho da era moderna
São só mais uma história

Tomai farelos e gracejos
Cinistas arrilhai os dentes
É só pôr o meu nome aí lacrado
No memorial dos impotentes

Ó Leonor de Távora que tal a guilhotina?


Diziam que a si não lhe assentava
Por ser bela a menina são sete os cavaleiros
Uma só missão dar água aos eucaliptos de
Catraia do Sortelhão

Roubas-me a vontade dás cabo do meu vizinho
Em toda a parte és pedaço de mau caminho
Nota, um dia destes tens à porta
Quais quinhentos um milhão

Levava-te às Caldas só que ando a trabalhar
Passa aí na moshe do roque popular

Podem cancelar na Clínica de Oiã
Não morremos hoje nem casamos amanhã

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