Fabio Brazza - Filho Da Pátria letra (lyrics)
Fabio Brazza [Fabio Rebouças de Azeredo] São Paulo, Brazil 🇧🇷
[Fabio Brazza - Filho Da Pátria letra lyrics]
Amazônia a Colônia despedaçada
Sou aquilo que resta da floresta desmatada
O ouro, o troco, o tudo e o nada
O cafuzo e o caboclo eu sou
Um pouco de cada eu sou
As mãos na enxada e os pés na lavoura
A herança deixada pela exploração devastadora
Terra abençoada pelo plantio, banhada de
Rios, matas no cio
Negros nagôs em navios eu sou
Caravelas em caravanas com caras maus
Cara-pálidas com carabinas trazendo caos
A senzala o quilombo e o palácio
Cabral, Dom Pedro e José Bonifácio eu sou
O senhor de engenho e a não reforma agrária
Sou aquilo que eu tenho
Na minha conta bancária
O fracasso, das capitanias hereditárias
Garrincha entortando zagueiros dentro da área
Um pedaço do tratado de Tordesilhas
A mão que tira
Mas também sou a que compartilha
Eu sou a força dessa gente
Que mesmo sem perna ainda tenta
Caminhar pra frente eu sou
Eu sou Brasil, eu sou a pátria mãe gentil
A pátria que te pariu que te pariu
Eu sou o Brasil (Eu sou)
O samba a mulata o quadril (Eu sou)
O preço da prata tão vil (Eu sou)
Aquele que mata, de terno e gravata
E sem precisar de um fuzil (Eu sou)
A educação por um fio (Eu sou)
Eu sou o inverno sem frio (Eu sou)
Eu sou brasileiro, um povo herdeiro
Daquele 22 de abril
Eu sou um erro que não se conserta
Ferida aberta em carne viva
Uma descoberta lucrativa
Sou Patativa, Tarsila do Amaral
Mais de 500 anos de um problema social
A sina da pele preta, perneta, Pelé
Ou apelar pra escopeta pra se ter o que quer
Pra não terminar na sarjeta como um qualquer
Ou dentro duma gaveta cuma etiqueta no pé
Sou um legado infeliz, Machado de Assis
A locomotriz dessa louca matriz
Descentes Zulus e Zumbis, Meretriz
Com a mania de achar que aqui é Paris
E zombar da raiz, dizimar Kaiowas Guaranis
Estão sós Kaiapós, Kariris
Fica a atroz, cicatriz
Nem Funai, nem Green Peace
Ó meu pai o que eu fiz, perdoai meu país
Vai sem paz diretriz, aqui jaz o juiz
Vai por cima das leis debaixo do nariz
Meu Brasil
Verás que um filho teu não foge à luta
Da terra de ninguém
Eu sou mais um filho da pátria!
Eu sou Brasil, eu sou a pátria mãe gentil
A pátria que te pariu que
Te pariu eu sou Brasil
Eu sou a desigualdade hostil (Eu sou)
A mortalidade infantil (Eu sou)
A inadimplência, a incompetência
Desobediência civil (Eu sou)
Eu sou de fato um retrato sombrio (Eu sou)
Um preto de prato vazio (Eu sou)
A intolerância, a ignorância
Promessa que não se cumpriu
E o direito dos manos?
Vocês perfeitos e urbanos não têm
Defeitos e os anos passam
Bons empresários que fracassam
Como seres humanos
Seres urbanos ultrapassam os limites
Pelos planos da empresa
Foda-se a natureza e os danos que
Amassam a raiz do país tiranos!
Entregam a corda dizendo 'Façam'
Sem cacique só cacife é o
Que quer o homem branco
Antes a pele vermelha no chão
Do que a conta vermelha no banco hey!