Fausto - História da Casa Vazia letra (lyrics)

[Fausto - História da Casa Vazia letra lyrics]

Em noite de quarta-feira
Andando eu de viagem palmilhando caminhos

Um mês sem casa nem beira
Descansei num valado com gente sozinha

Falavam de coisas antigas e ficavam calados
Sempre que um de nós partia

Da noite feita de mistérios
Trauteavam então cantigas
Sobre uma casa vazia

Cinza de sete lares e vêm bruxas aos pares
Há festa quem diria lá p'rá casa vazia

Quis saber de notícias vida morte ou alegria
Tristeza o que seria?

Responderam velhos avisados
Em coro de fanados apenas a casa vazia

Despedi-me então e parti
Deixando atrás um silêncio
Feito de gestos benzidos

Fiz outra longa jornada
Com a garganta calada
E uma canção nos ouvidos

Cinza de sete lares e vêm bruxas aos pares
Há festa quem diria lá p'rá casa vazia

Mais adiante encontrei
Dois andarilhos sentados
Rindo ou chorando não sei

Estavam como que prostrados
Chamando a minha atenção com amuletos na mão

Salva-te agora estrangeiro
Desta noite aziaga compra amuletos senão

Perdes a vida e o dinheiro
A sorte também se paga
Quer tu queiras ou não

Comprei asas de morcego e uma perninha de rã
Para espantar o medo

Quando passei a encruzilhada
De susto quase morria
Diante daquilo que eu via

Casa enorme e iluminada
Carros de luxo, gente emproada
Em fidalguia perdida

Em beija-mãos repenicados
As damas de olhos borrados
Pareciam não ser desta vida

Era uma festa maldita
De perucas de gente fina
Uns bebiam, outros dançavam

Outros nadavam na piscina
Abraçavam-se em gritaria
Enquanto a casa rangia

Cinza de sete lares e vêm bruxas aos pares
E há festa quem diria lá p'rá casa vazia

E junto àquela casa vi uma velha parada
No cimo da escadaria

E não parecendo assustada
Corri ao topo da escada seria a casa vazia

Respondeu-me a velha que não
Nunca houve casa vazia presta lá bem atenção

Isto é vida vazia da chamada burguesia
Com medo à revolução

É classe degenerada pela história condenada
Já há muito se dizia

E ouve lá meu trovador
Meu paspalhão, meu estupor
Já te estraguei a poesia

A moral desta história a moral desta lição
A moral desta canção

É que só há casas vazias
Só há medo e cobardia com amuletos na mão

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