Fuse, Expeão - Santuários de Tristeza letra (lyrics)
[Fuse, Expeão - Santuários de Tristeza letra lyrics]
A educar o filho com o puto do salário mínimo
É-lhes prometido acima da média
Mas a média é tão baixa que
O salário é uma merda
Tenta compreender porque há mães
Que não ganham como a tua
Quando tiram mais lucro na rua
É com certeza uma casa portuguesa
Mas debaixo deste tecto ouves
Gritos de violência
Só porque um paneleiro frustrado
Esta noite bebeu demais e agora está chateado
É no mínimo ridículo
Existirem filhos da puta como
Estes no anonimato
Tenta compreender porque há mães que
Sacrificam toda uma vida
Para que TU tenhas uma vida
E tu nunca chegas a saber totalmente
Porque o coração pisado é
Escondido pelo tempo
E nem tudo te é revelado
Só quando és crescido é que sabes que
A tua mãe foi objecto de sacrifício
Quando surge o filho da puta do divórcio
As crianças é que padecem no meio do tiroteio
Numa casa como a minha ou como a tua
Ainda mora muito povo na rua da amargura
Um conselho… protege o teu círculo
A base da vida é a família e os amigos
Quantas famílias existem iguais à tua
O quê que oculta a rua da amargura
Quantas lágrimas se escondem por trás da Lua
É uma casa portuguesa com certeza
Tu sempre tiveste pouco
Procuraste segurança na vida
Mas com a família dividida e
Destruída quebra-se a aliança
Esperas a mudança
Mas quanto mais esperas mais te enterras
Mais problemas, mais filhos, mais conflitos
Menos finanças
Gajos a dar canecos dentro de casa
A stressar aos berros, frenéticos
Situações duras de lidar, de choque
Do tipo o teu irmão
A ter um ataque epiléptico, esquelético
'Tou certo que as famílias certas
Não se formam debaixo do mesmo tecto
Mães e filhas na prostituição
Pais vão presos
Voltam mais violentos, bêbedos
Vidros de garrafa partidos, kit's na calçada
Ruas escuras e drogas duras
Pratas usadas cenas do tipo
Entrar no meu portal
E bater mal com esta visão
Corpos inertes no chão com seringas no braço
Eu afasto-os enquanto passo
É o bloco 24, antigos amigos sem espírito
Como paus de espeto
Secos quando olhas só vês o esqueleto
Quantas famílias existem iguais à tua
O quê que oculta a rua da amargura
Quantas lágrimas se escondem por trás da Lua
É uma casa portuguesa com certeza