Gigante No Mic - Hipotermia letra (lyrics)

[Gigante No Mic - Hipotermia letra lyrics]

Mendigo para alguns, Fernando pra sua família
O alcoolismo pega alguns manos
Na rua é armadilha
Amigos são amigos até certo ponto
Mas há que ponto chegaremos
Pois não somos santos
Mano, eu nem te conto você também tá vendo
Vemos por todo canto
Não cante o que não tá sendo
Conte comigo pro que der e
Vier no fim das contas é só mais uma frase
Quando a realidade afronta
E ele foi pra rua
Foi por vontade vontade própria
Ele queria ajuda, um abraço já conforta
Mas somos como Judas, a prata nos ilude
O mundo nos confunde e a compaixão tá morta
Tava naquela porta, no escadão da Sé
Mas cansadão e já é, chapadão e sem fé
Está sozinho e louco
Vendo uma multidão o ignorar aos poucos
Era Fernando para alguns, Nando pra sua mãe
Nando pros seus amigos, Nando pra sua mina
Hoje é só mais um dos manos
E só mais um dos manos é só mais um dos
Manos perdidos pelas esquinas

O nosso preconceito nos afasta
E os nossos medos nos matam
Nossos medos nos matam
Nossos medos nos matam
O nosso preconceito nos afasta
E os nossos medos nos matam
Nossos medos nos matam
Nossos erros nos matam

As nossas esmolas se ajudam ou não
Podem socorrer ou matar um irmão
Mas na verdade não damos a mínima
E até quando damos é a sobra do pão
E o pão de cada dia é só
Pedir um pouco que consegue
Difícil é ter uma abraço amigo
Em meio a multidão que segue
E Fernando seguia sem rumo
Sem nome, sem teto e sem prumo quis assim
Mas hoje não é mais opção não
Enxergando o seu guia no escuro
A fome de um afeto seguro mesmo no fim
Ele não vê mais opção não
Flertando a com a morte pois tudo
Que some por certo é impuro quis assim
Mas hoje não quer mais não
Rezando por sorte, foi nulo
O esforço da fé foi inútil
Procurando ser feliz perdão a razão
As nossas esmolas são só curativos
Fingindo curar a infecção
Moedas são paliativos
Nas mãos de um mendigo sem prospecção
Só mais um corote quem sabe mais um corte
Nem percebeu que o frio
Foi ficando mais forte
Fernando descobriu o mundo
Mas se descobriu imundo dormindo após beber
Morreu num sono profundo
Hipotermia no Anhangabaú
Já é tão comum, pra você mais um
Mas pra noiz faz falta

O nosso preconceito nos afasta
E os nossos medos nos matam
Nossos medos nos matam
Nossos medos nos matam
O nosso preconceito nos afasta
E os nossos medos nos matam
Nossos medos nos matam
Nossos erros nos matam

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