Oriente - Brasil Colônia (feat. Mc Sid, GOG, Sant, Fabio Brazza) letra (lyrics)
Fabio Brazza [Fabio Rebouças de Azeredo] São Paulo, Brazil 🇧🇷
[Oriente - Brasil Colônia feat. Mc Sid, GOG, Sant, Fabio Brazza letra lyrics]
Ei, até quando Brasil Colônia?
Até quando, até quando Brasil Colônia?
Até quando, até quando?
Eis que surge a verdade em meio ao prejuízo
Manda quem pode, Odebrecht quem tem juízo
Povo desunido numa guerra de partidos
Brasil Colônia, próximo capítulo
Aqui nunca houve independência
E o povo pobre continua sendo escravo
O governo te rouba cada centavo
E o plano da Previdência é o Sexagenário
Guerra de Cabral
Quem descobriu o Brasil não foi Portugal
Meritocracia sem ensino fundamental
Escravidão moderna, era colonial
Em agosto tem folclore na colônia
Sacis pererês e urnas eletrônicas
Eu já dei nomes aos bois
Vota errado, então não reclama depois
Ora pois
A corrente no pescoço do trabalhador
E agora quer dar um golpe de estado
Deixo dois recados antes que eu me esqueça:
Eu não sou de esquerda e
Não voto no Bolsonaro
Desde muito tempo atrás, muito tempo atroz
Quase desde Pero Vaz, nunca teve vez nem voz
Das favelas aos faróis
Oprimidos desde os portugueses e espanhóis
Muitos contras, poucos prós
Segue a conta pra nós
O mesmo ônus, 500 anos após
Desde Dom Pedro Primeiro
Que o Brasil é terceiro mundo
Desde Dom Pedro Segundo
Que ainda somos controlados por terceiros
Ansiando o décimo terceiro
Mas em desigualdade ainda estamos
Entre os péssimos primeiros
Empréstimos em dinheiro e quem fez o rombo?
Os filhos de Colombo ou
Os filhos de Quilombo
Quem são os herdeiros?
Antes presos na corrente do branco
Hoje na conta corrente do banco
Assassinatos seguem padrões de cores
Pensamentos francos e Marielles
Franco atraem franco-atiradores
Mas cansados de ouvir ordens
Dos mestres da colônia
Os serviçais viraram mestres de cerimônia
E trouxeram uma nova corrente de pensamento
Conhecimento é empoderamento contra
Os opressores
O grito de Independência é declamado todo dia
Nos saraus de poesia mas nessa fotografia
Não vemos um homem num cavalo branco
Vemos mulheres e jovens negros da periferia
Escrevendo a própria carta de alforria
Educação é a nova abolição da escravatura
E cada verso no papel
A certeza que a cultura liberta mais
Que assinatura da princesa Isabel!
Lágrimas de sangue escorrem dos filhos desse
Solo e irrigam esse solo
Crianças pedem colo e a pátria-mãe se isola
"Que os órfãos chorem longe"
Às margens do que importa
O poder à preferência
Que deus me ajude (Lázaro)
Pois eu não sou politizado
A esquerda e a direita são
Duas asas do mesmo pássaro
Passeiam racistas, machistas, homofóbicos
Etno-centristas
Há seis séculos, seis séculos
E só passaram nós
Foram mais de 6 bilhões de óbitos
Queimaram arquivos, motivos
Queimaram motivações e ainda estamos vivos
Mas queimaram meus ancestrais
Veneno nos livros o que já foi, não volta
Mas quem disse que já nos livramos disso?
E as cotas espirituais, quem cede?
Ou melhor: quem assume esse compromisso?
De reequilibrar a balança da
Ordem natural do universo
Essa é a Revolta da Chibata em verso
Sentiu incômodo, então ajusta a carapuça
Porque eu bato na batida pra
Não arrebentar a tua fuça intolerância fede
Ignorância é febre (infelizmente)
Até quando Brasil doente?
Eu já não consigo mais ver a diferença
Dos dias de hoje pra 64
A ditadura continua aqui
Eles só falsificam a liberdade
Mudam a tinta e trocam as bordas do quadro
E é tanto enquadro dentro das rodas de rima
Que a nossa revolta faz o rap ser inadequado
E eu pergunto pra polícia:
Isso vai até quando?
E eu canto pra tentar mudar as
Leis estúpidas do estilo Jânio Quadros
A repressão tem roupa, farda segue a moda
É foda pensar que quem tinha
Que proteger é que incomoda
A raiva é só uma gota e a revolução é um copo
E não é coincidência a eleição
Ser no ano da Copa o Neymar entra em campo e
O povo vai à loucura
Mas ninguém se importa se na
Favela vai ter cultura
Hoje o rap salva mais que a viatura
Que enquadra a boca, pega a escama e leva
Pra cheirar na prefeitura
Quase todo político é farinha do mesmo saco
Ou melhor: eles cheiram a
Farinha do mesmo saco
Pior pensar que a cada quatro
Anos é a mesma merda
É hora de agir, reclamar disso tá um saco, ó'
Somos ativistas do asfalto
Quem luta pelo próximo nunca vai
Ter um dia de folga e a gente não vai
Descansar enquanto ainda ocorrerem
Casos como os casos de Marielle e Olga
Polícia é ruim pra ajudar, mas boa em acusar
E na hora de plantar o flagra
Quem que vai 'tar lá?
Milícia é boa em raptar, parece Bagdá
E o pique tá chacina em
Toda quebra que nem Maricá (Me marcou)
O brasileiro já nasce vestindo algema
Mas pra quem tem dinheiro isso não é problema
Mas pra quem nasce sem grana
Eu recomendo estudar
A inteligência ainda é a maior
Revolução contra o sistema
Eu sou nata sã do Sant sid da minha city
Chapa quente Brazza nissin nossa causa
Oposição atira pedra mais que catapulta
Caixão tá lindo aí pro corpo que sepulta
Se ser puta é render-se por dinheiro
O que dizer de quem vendeu o solo brasileiro?
Brasil Colônia é só insônia para o pobre
Terras e luxo pra imigrante do século XIX
Em meio a antas e hienas
Na selva vou seguindo
Me fizeram decorar, mas jamais amar o hino
Protagonista na cena
Omissão na missão condena
Anti-sistema, GOG problema!
Quase deu perda total na esquerda nacional
Agora é juntar cacos, fortes fatos
Grave geral
Antes que eu esqueça ou perca a paciência
Me diz qual ciência que
Sem prova se comprova?
Em vossa excelência martelo bati
E o prego sente na cabeça
O vazio do que sonha
Fogo no pavio, estopim no barril
Brasil Colônia, ha, MC sem cerimônia, ó'
Fumar ou não maconha não me impede
Que me oponha à discriminação
Juiz infeliz, sem juízo no improviso
Lucro vira prejuízo
Traficante e usuário trancafiados
No mesmo piso
Baseado em quina é tráfico, muito peso
Pego vai peso, só o Perrella sai ileso
Mas não pise na grama, descriminalização
E uma gama de manos e
Manas sem grana pra advogado
Não iriam ver o sol nascer quadrado
Ao contrário, o que se vê
Radiografia do estado:
Promotor público tem em
Cada município brasileiro
Defensoria, agulha no palheiro
Quem bate panela, não se comove, não chia
Se quem despeja usufrui de auxílio-moradia
Maior fatia do bolo sem
Dar ingrediente pra receita
Eis a fome de ganância da direita
"A única parte que importa pra
Esses cara do que é público é o dinheiro
Público a população mesmo
Não interessa interessa na medida que
Ela possa ser explorada
E, pra ser explorada, tem
Que ser desinstruída, tem que ser alienada"
"Em Brasília, 19 horas"