Sabotage, RZO - O Retorno letra (lyrics)

[Sabotage, RZO - O Retorno letra lyrics]

(Passos e mais passos)
- Oi por favor, eu vim visitar o Sabotage
- Qual é o número do prontuário dele?
- Ó, o número do prontuário dele é 26137054
6 - Firmeza
- Ô, de menor, como é que vai lá na Quissá
Mó barato? - Ô! Nem te conto
- Opa! Você que é o sobrinho do Sabotage?
- Sou - Ô, de menor, o negócio é o
Seguinte: o Sabotage tá lá no castigo
Lá nóis tava
Na missão na semana, aí, e o funcionário caiu
Em contradição com o irmãozinho e foi aquilo
Ó (Tranca de cela sendo aberta
Logo depois mais passos porta
Batendo no fundo) - E aí, Swing, firmeza?
- Aí, é nóis
- Eu vinha vindo aqui pra visita
E vi um maluco igual você
Forte até umas horas a única diferença
É que você corre no


Crime e o cara que eu vi ali é funcionário
- Lembrou? Quer dizer que você acredita
Porque abençoado é aqueles
Que acreditam mesmo
Sem ver, pois estarei sempre com vocês
Assim disse o Criador mas então
Você acabou de provar que corre
Com os mais humildes
(Porta fechando e mais passos)
- Salve, Alemão
- Salve! Então, mano, não trombei o Sabotage
Ali no percurso, não, morô? Mas aí
A fita é o seguinte:
Ele deixou uma paradinha escrita aqui
Pra entregar na sua
Mão abre aí pra nóis ver qual que é, mano
(Beat começa)

Pois então, eu vou dizer, irmão
Cilada milidia lá na Casa de Detenção
Pois então, eu vou dizer, irmão
Cilada milidia lá na Casa de Detenção

Então, sobrinho
É foda dar conselho onde aqui estou
Às vezes
Quem dá conselho é ser julgado à detenção
Presídio velho e mal conservado
Tem pavilhão de 5
Andar de cinza e escracho de frente
Ao pátio interno, frio externo ao lado
O homem que quer conhecer faz o mal errado
Paredes altas, celas, prisão, vida anormal
A paralela agora sem a festa é radial
Com porta, a entrada é a mesma de saída
Ladrão que parasita fica, foge os que agiliza
Não vejo brigas, isso de
Ponta, pedra, dez paulada, facada
O Judas sobe e desce sem falha
No 8 veio um, Monarca sobrevive
26 de cadeia, um mártir Luther King
Foi quem me disse que o
Crime é substância triste
Velhice, tolice, quem entra só desiste
Tem pagão que diz que cata carro, rouba casa
Quando cai, responde três em cara a cara
Embaça, colou bola de meia, não tem besteira
Só não bobeia, se lembras do que tu queiras
No 9, há triagem, tristeza, lá, quem teme
Para, lembra, pensa
Hora maior de dar valores
Às Terezas, Amélia, Vera
Armélia ou como queira
A fé de um preso é a última das crenças
Maus votos, más companhias
Fraqueza na prática
Sem querer se auto-julgar, mudo o homem sofre
Cadeia, o homem pasta, deve dar mil
Se esquece cobrança vem à tese
Ou paga ou vira drag queen
O gosto azedo da comida
Das masmorras é bronca
Utilizada e destilada pra Maria Louca
Pra batizar tem Biotônico Fontoura
Detenção, cadeia, moquifo, não distrito
À trajetória sem crescer, ladrão
Seja bem-vindo
Carandiru, pior que o filme Oz
Pra quem tá vivo parceiro, eu fico triste em
Recordar outra vez outra versão, Pavilhão 9
Eu vou citar pra vocês

Pois então, eu vou dizer, irmão
Tragédia há meses lá na Casa de Detenção
Não dou valor ou não, atrás decepção
Porque, se mata um irmão, enfrenta rebelião

Quem usa, abusa do pó que o derruba
Malote, o time não trouxe-me, é filme triste
Josep Piqué se chama Jão, quer ser cabulosão
Mas quando entra aqui, treta com o cão
O chefe de disciplina de lupa no rosto
Na cadeia, o fut e o pagode alivia um pouco
Acaba o sofrimento maior de sua vida
Mães, mulheres, filhas sofrendo numa visita
Naquela fila, perdem todo seu moral
Velhos, crianças de colo sofrendo
Ao resistir ao Sol
Na garganta, o nó embaraçado entre os presos
Maldita lei judiciária, roubam-se os direitos
Anjos, demônios, piolhagem, pouco a pouco
Sem pipocagem
Mas assim, morar no 7 ou no 8, verme traz
Tem tratamento rígido e vai
Viver nas masmorras do amarelo ou do 5
Aos meus amigos desabafo outra vez
Outra versão, Pavilhão 9
Eu vou citar pra vocês
Que os mandantes da chacina ficarão no caso
Sendo tirados de otários, pra muitos
Atrasa lados e nunca são julgados
Atrás de quem se esconde
Não vou pagar pelo massacre dos 111
Pois é assim que eles enganam o povo
A todo tempo pela contagem dos presos
Se foram embora 300 detentos
Meu mano disse: a lei é do caralho
Com normas antissociais, sistema carcerário
Do contrário
Roubam meu direito nesse mundo sujo
Presos no canto em liberdade sonham
Até com o mundo
Estando preso, o mano sofre pouco a pouco
Mas amanhã um animal, cachorro louco solto
Grande sufoco, pra ter tanto sofrimento
Culpado é teu instinto, trouxe o movimento
Chefe de disciplina de lupa no rosto
No pátio rola um pagode pra aliviar um pouco
Pode crer, esse é o resumo
Num mundo sujo, o crime sempre, o jogo sujo
Fardados que vivem de cinza são putos, é
A lei que fazem na sul de um subúrbio
É zona oeste, norte, leste, a cadeia treme
É desse jeito, exterminam igual serpente
Lá, às vezes tá embaçado, culpado no jogo
Sufoco, cabra da peste dá pipoco
Esquece, vai pro grupo
Quem faz mais quer que fique
Certo, não quieto, tipo um cético
É com nóis mesmo
Vou chegar, tô dentro dessa fita
Zica do pântano
Tô atrasado, é, lembra da sul
Que eu te falei, sobrinho?
O tempo passa, não desanimo, total
Só lá mais alto, aqui, quem rouba varal
Os pé de breque continuam, a
Sul portando a ponto, é
Se aliando com os putos do subúrbio
Disse aqui que Vina vai pro amarelo
Pagão não tem vez, vai pro inferno, é foda
Outro dia
Caiu aqui um cara metendo banca de bandido
Até umas horas
Disse que catou Coban, que foi com Litu
Com Djavan
Com vários ladrão, de manhã, catar mansão
Puta que o pariu, guelou pra caralho
Falou demais, foi pro saco
Porque aqui não tem boy não tem vantagem
Não tem nenhum filho da puta, sem maldade
Necessidades, traição, revolta
Dois desacertos
Porque a pedra é roça, foi intacto
Espera, não devaneia, malandro bom
Ladrão do bom às vezes amarela
Lembra do boyzão da área que virou polícia?
Foi num BO junto com os
Manos e defendeu a ficha
O irmão dele atracou no barraco
Matou um mano nas Espraiadas, tava embriagado
Foi no sumário, foi inútil tentar explicar
De vez em quando, até hoje alguém discute lá
Veja você, sobrinho
É foda a vida desse crime sei que é roça
Agora estou aqui sem dizer e sorte
Junto com os manos do Pavilhão 9
Ha! Sei que é foda, é roça, mente desova
É foda
Zé Povinho força, zóio de lula é foda, é roça
No pico, a pedra nessa vida reforça
A peste mata na cadeia e na maloca
Detenção, cadeia, moquifo
À trajetória sem descer, seja bem-vindo
Carandiru, pior que o Oz pra quem tá vivo
Parceiro, eu fico triste mas eu penso nisso
Aí, sobrinho, fica com Deus, eu sinto
Que a paz esteja com você, eu pressinto
Vai pra rua, não muda a postura
Lembra: sempre na sua

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