Sam The Kid, Mundo Segundo - Linguagem Marginal letra (lyrics)

[Sam The Kid, Mundo Segundo - Linguagem Marginal letra lyrics]

A minha língua tem palavra: honra
E garra nascida em quem a narra
Mas lida com uma bizarra montra
Há quem se agarre ao fascínio
E já se inspira noutra
Porque imagina que é giro
 mas na piscina é gota eu não prescindo
 eu dou-te a zona que eu cresci
Na ponta da caneta com um cachimbo na boca
Eu falo Marvilense sem diploma
Oral ou extenso
É o idioma que me pertence e me leva a Roma
E eu não 'tou a falar de notas
Estou a falar de letras
Daquelas que tu anotas a
Imitar outras vedetas
Nem que metas a tua vida inteira
Não me soa a verdadeiro e
À pessoa que aparentas
Sou a mão que abençoa um
Brasão que me aperfeiçoa
Até que aprendas um calão que
Te afeiçoa sem legendas
A minha fonte é o meu espaço
E aponto com um braço canhoto
Que uso para mais tarde dar-te
Um gafanhoto luso num compasso
A minha escrita não tem
Prazo, se tu tentasses, conseguias
Entra noutra fase
Escreve um calhamaço com cedilhas
Tu mudas consoante modas e manias
Como acordos que tiram consoantes
Mudas em quantias absurdas
E eu não entro em mordomias

A minha língua é Lusa, como é linda a musa
Como é linda é Suza
Sprint de Hayabusa nunca finda a tusa
A cinta nunca acusa, metal aqui não se usa
Mente difusa recusa virar pedra p'ra medusa
Jus a um aprofundar constante
Cuspo petróleo desde o tempo do linóleo
Extenso e denso portfólio
Letras são espólio como hotéis no Monopólio
A indústria é o Capitólio
Que paraliso como Pólio orgulho engole-o
Eternizo e infernizo silábico artesão
Nem preciso ser preciso, balança na precisão
Visualizo e realizo ciência sem ficção
Vocalizo, não viralizo, tens falhas na dicção
Com falhas na BIC, são vacilos em dominó
Esse nariz com fricção tal e qual um esquimó
Turista de riquexó, romântico Dom Quixote
Com fotos que por si só
São Photoshop ao barrote
És coffeeshop sem stock
Puro flop sem papéis no lote
O meu forte casado com arte
Sem anéis nem dote
Tu sem sorte dou-te o corte
Sem arma nem porte
Douro o Norte e pouco me importa
Que o Midas me toque
Só sou Pop se for Lock, puro verifica o LOP
Sim, coloco semente na terra
À espera que brote
Nos PALOP lucro sem calote
Sou bruto a galope estalão Lusitano
Um choque forte perigo de morte
Sou Segundo desde sempre
Primeiro para muita gente
Primeiro para muita gente, 100% eloquente
Sim, tu sente, sou doente
No beat sou residente
Sou distinto e medalhado a
Convite do Presidente
Eu sou persistente, focado e obstinado
Jamais desistente
Pois já estava destinado não ser conivente
Com o que é falsificado
Sou um combatente com espada de aço temperado
Vitorioso inesperado, jamais desesperado
Quantas vezes me inspirei
Por estar desinspirado?
Quantas vezes fiz do medo o melhor aliado?
O meu silêncio já diz tudo
Mesmo quando estou calado 'Tá fechado

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