Sir Scratch, Spock, Brain Da 6Enious - Derrota letra (lyrics)
[Sir Scratch, Spock, Brain Da 6Enious - Derrota letra lyrics]
Para chegar a casa e nada lá ter
E eu não vejo nada e eu esbracejo para quê?!
Para chegar a casa
E nada lá ter (E eu não vejo)
Só quero um salário digno
Fim do mês é no princípio
Não procuro o precipício
Mas nunca tão perto estive
Há o valor do papel eu usava-o para escrever
Mas falta uma cara nele
E o número que requer aqui paguei por nascer
Quanto é que o amor te pede para vivê-lo?
O pai podia ficar não matar-se a trabalhar
A mãe só queria regar um jardim
Para crescer e brotar só por si ao fazê-lo
Mas a caixa em que vivemos
Não se encaixa no que queremos
Cabisbaixa a fé que temos
Em talvez sermos eternos
Não há tempo para tudo
Nem para sermos nós mesmos
E os direitos para que os temos?
Ou afinal nada é justo?
Não cabemos na moldura
E emolduro os pensamentos
Para nos reconhecermos
E moldar os andamentos
Em vez de viver sem medo
Saber que não há meio-termo nem há meio
Nem momento oportuno para viver o presente
Sem se pensar no futuro
Nada lenta, eu corro tudo
Se me ausento é porque durmo ou tento
Faz um tempo que sustento
O cabimento neste mundo
Eu renasço e vou ao fundo
Só que acho que é absurdo
Sentimento moribundo
Tenho um tacho a fazer fumo
Relaxo junto ao riacho onde presumo
Que jamais me acostumo
Neste cais brincais no escuro!
Não me ergais para fazer lume!
Quero procurar o rumo!
Estou cansada do consumo
É cansada que procuro com tudocontudo
É ou não? Eu não
E eu não vejo nada e eu esbracejo para quê?!
Para chegar a casa e nada lá ter
Vejo a vida amassada a amassar-me o passado
A mesada não tarda, não chega
Apressar-me para quê? Se o presente rasteja
Se a perna fraqueja o diabo festeja
Com pós na bandeja para que alma me veja
Um dia a brilhar ou um dia alcançar
Tudo aquilo que um dia também quis abraçar
Descobri que quem ri pode um dia chorar
Quem hoje está contigo amanhã já não está
A lutar por uma vida para morrer em paz
Mas sem paz nesta vida, no barco a remar
Por um rumo, sem remos à procura do cais
Depois chegas e cais e tropeças em ti
E o tempo assim passa e não vês arco-íris
Abraçar o momento presente para
Ter uma vida decente
Com uma casa que está cheia
Mas morto por dentro (E eu não vejo)