Slow J - Comida letra (lyrics)
João Batista Coelho
[Slow J - Comida letra lyrics]
À procura da sanidade do
Outro lado da loucura
Diz o monge que a verdade cura, jura
Mas por mais que eu sorria volta sempre chuva
E volto a ser humano e para
Onde é que ele volta?
Se não és rico, nem pobre, nem preto
Nem branco qual a camisola, brother?
Só me isola, brother
'Tão-me a meter etiquetas, gavetas só tretas
'Pa ver se a minha sola cola
Isto é de sol a sol
O meu caminho a mim pertence
Isto é 'pa toda a gente e
Eu repito "toda a gente"
Nada nos une, nada nos separa, preso, penso
Teoria insana em que eu vivo
Clinicamente tenso
Eu 'tou pronto 'pa conversarmos a sério
E se eu tiver a errar o
Passo no terraço do prédio
Dá-me a verdade crua e cristalina
Dá-me a tua perspetiva, a chave
Eu já nasci com um olho fechado
Isto não é comida, brother
Mas espero que te alimente
A fome desta alma, que aguça o meu pensamento
Abrupta voz da calma, nunca dorme
Nunca mente
Passado não alimenta o meu presente
Eu paro o tempo pernoito raramente em casa
A cota sente a falta
Meus putos no café já dizem
Que eu esqueci da malta
Eu acho que senti saudade até uma certa idade
Mas lá 'pá sétima mudança o sentimento
É claramente bloqueado pela cabeça
Eu 'tava mais calado
Puto anestesiado, mo pai 'tá informado
Chegava a casa cada dia, 10 anos cansado
20 anos, 30 anos, nunca o ouvi queixar-se
E vi tão pouco, 18 anos dessa fé dos outros
Se Deus alguma vez me ouviu não
Me culpou pelos loucos Amargurados
Já fui tão manipulado
Que hoje em dia eu nunca sei se sou culpado
Então eu nunca paro eu sempre fui diferente
Eu não escolhi prová-lo
Eu minto raramente a gente que
Me ouviu no rádio
Exatamente o mesmo que me mente a mim o sábio
O mesmo que me minto ao espelho
É tão dúbio o meu lábio
Eu dava tudo por frases de Hemingway
E por falar comigo próprio
Honestamente como eu sei que
Poderei um dia vir a ser, eu acredito
Eu sou o meu pior inimigo
O que eu não consigo é
Aceitar as minhas falhas, ver o ser humano
Pensar na escada, passo a passo
Quanto tempo tenho? Chamam-me hipócrita
Apregoador de calma incógnita a mim próprio
Evito viver sóbrio, evito ver que as tenho
Nego ser ignorante, nego ser abençoado
Nego limites, não me imites, acabarás magoado
Nego doutores e horas de
Sono aconselhado pela ciência, boy
Meu dia tem bem mais que 24
O quarto, o parto, o dar-to um lar, tirar-to
Eu vivo vidas entrelinhas, J o encarnado
Achei que isto era really real rap do Tibete
Vai dizer ao Dalai Lama que eu
Hoje 'tou a iluminar a track, nigga
Peace 'pa todo o ser humano que procura paz
Eu 'tou a procura da minha e tanta falta faz
Hoje eu 'tou num daqueles dias
Em que é complicado
Pensei em enrolar a minha
E deixar-te um recado
Tu és da rima ou do canto
Tu és preto, ou és branco
Tu vais para qual das gavetas
Concentra-te no importante
Se eu viver irrelevante
Leva daqui que eu vi vida a cada instante
Em cada nota do piano
Em cada frase Nach'iana que eu decorei
Cada beat de Dr dre, cada Kid Cudi
Cada track de K dot, rap de tentar
Se não foi 'pa legendary, foi 'pa quê?
Antes de apontar gun
Aponta no caderno o teu porquê
Se não der para acabar com
A fam' em Saint Tropez
Quem sabe aos domingos atacarmos o buffet
E chegar a velhinhos, sermos quentes
Dentro, sorridentes lentos
Me'mo, orgulhosamente
Como cotas no presente
Que só se encontram raramente
E isso assusta-me
E muitas outras coisas igualmente
Porque eu não faço sons
Nunca ousarei ser tão eloquente
Eu só rezo por música diferente
(só rezo por música diferente)
Eu nunca fui guloso
Só quis algo mais que amigo
Fazer ao Rui Veloso o que o
Ronaldo fez com o Figo
Fome de ser colosso circulou e o ser colou-se
Ao ser que só queria ser feliz
Mesmo que sem abrigo
Eu devo ser um ser antigo
Para parecer-me, deves parecer-te só contigo
Eu devo ser um ser antigo
Para parecer-me, deves parecer-te só contigo
Ligo o mic barro o pão
80 barras para degustação
Já ninguém me agarra sem a vocação
Isto é de coração designs vindos do interior
Nigga faz isso por amor, não por bajulação
Icónico é o ócio de homens que desdenham
O lógico da corja pela imaginação
Se o tópico é um top e cu utópicos
Nos trópicos és cómico e tens cotação
Eu sou um homem ou uma mutação
Eu sou o ótimo, o óbito da perfeição
Eu não me prendo nessa caixa
Eu sou libertação eu não sou quente
Eu só ostento a minha lentidão
Dá-me uma prenda e sente a pulsação
'Mo mano aguenta tudo o que é pressão
Forjado a aço no meu braço eu tenho traços de
Quem nunca faz as pazes com essa estagnação
Hoje eu aprendo mais uma lição
Isto nem é damn, só demonstração
É assim que eu encho tracks tipo bolsos, mãe
97, 98, 99, 100