Valete - Bastidores letra (lyrics)
[Valete - Bastidores letra lyrics]
'Tou dentro dos camarins não
Paro de fumar cigarros
É o meu primeiro concerto desde ’99
Nunca 'tive assim tão tenso
Nervosismo intenso
O M pergunta-me se 'tá tudo bem
Eu digo-lhe que ’tá tudo ok
Mas claro que não o convenço
Passa-me um iPod com sons de Beto de Chelas
Albuns de, Young Fellas e Nell Assassin
Ando de uma sala 'pa outra sala a
Ver se a tensão se exala
Da mala tiro uma garrafa de Ballantine's
Adamastor também 'tá bue intranquilo
Eu assimilo toda a tensão que ele propala
Faltam dez minutos 'pa subirmos ao palco
Passam os minutos mais o pânico se instala
Como é que o público irá reagir?
Será que vai ser aquele silêncio dramático?
Será que vão 'tar eufóricos
Será que vão 'tar apáticos?
Será que vão 'tar vibrantes
Será que vão ’tar estáticos?
Será que vão gritar por mim do início ao fim
’Tou aqui no camarim a
Viver este stress traumático
Amigo: Boy rebentaram o Chapa todo, dred
Foda-se o gajo 'tá todo fodido
Valete: B, ’pera, 'pera, 'pera, mas quem?
Amigo: Foda-se 'pá aqueles gajos lá
Do bairro da Boavista, mano
Rebentaram o gajo completamente, o gajo ’tá
No hospital e o caralho, mano foda-se
Valete: E esses gajos 'tão onde?
Amigo: Os gajos 'tão lá ao pé de
Fonte Nova, yaa mas um gajo, já dei a
Dica nos tropas, man o pessoal já 'tá
Reunido e o caraças não há stress, mano
Valete: Ya então 'tasse bem
Um gajo 'tá aí no cubico
Apanha um gajo também
Amigo: Tass b, tass b, até já
Dois carros com cinco manos em cada um
No carro onde eu 'tou gira-se
Uma birra e um charro
Toda a gente exaltada, só eu em silêncio
Manos mixam medo e fúria, sentimento bizarro
Chegamos, avistamos os manos
Saímos rápido dos carros
Com pose de Sicílianos
Esmurramos, pontapeamos os dois
Ensanguentamos os gajos
Festival de violência insâno
Bue de ruído, bocas, narizes partidos
Bue sangue escorrido
E os dois gajos estendidos
Voltamos para os carros, envaidecidos
Da barbaridade que tinhamos cometido
Sem sentido
No carro, risos silênciavam os meus avisos
Que daqui a um dia seriamos nós os agredidos
Chegamos à Damaia, eu já 'tava mais que tenso
Propenso a pensar que agora é
Que o beef tinha implodido
Fui 'pa casa não consegui dormir
A noite toda a refletir o
Quão aquilo foi descabido
No dia seguinte fui ter com o 'craniano
Para comprar aquela barreta que
Ele me propusera
Agora vivo neste medo voraz
Ando na rua sempre a olhar 'pa trás
Quando aparecerem eles virão tipo às centenas
Tipo hienas
Prontos para fazer a merda mais obscena
E o que é que eu farei com esta arma?
Armar-me em gangster pa' evitar o karma?
Dar tiros aos niggas como se 'tivesse em LA?
Arrumar niggas como se não houvesse lei?
Quando ela era só minha amiga dizia
Que ele era a alquímia, magia que ela sonhara
Que a relação deles tinha uma cinergia rara
Aquele tipo de amor que nenhum
Tempo no mundo sara
Seis meses de namoro, intenso e ardente
E o sexo era sempre
Luminiscente e transcendente
Agora ela é minha namorada
Diz que 'tá enfeitiçada e o
Nosso amor é incandescente
Ela despe-me e diz-me que me ama
Olho nos olhos dela sinto-a soberana
Tirana vulnerável, tesão indomável
À espera que eu hoje
Seja incomparável na cama
Envolvo o meu corpo no corpo dela
Deitada, sinto-a frágil e singela
Aperto-a, penetro-a
Liberto todo o afeto que tenho por ela
P'ra ela sentir a minha tutela
Ela entraga-se, navega na comoção
No mar de excitação
E no encaixe que nos atrela
Penso no ex namorado dela
Nas noites de amor e ardor que ela contava
Será que consigo dar-lhe
A mesma transcendência?
Será que consigo dar-lhe
A mesma efervescência?
Será que consigo ser assim tão sublime
Fazer com que ela alucine
Através da minha veemência
Penso, o meu pénis murcha outra vez
Lá se vai toda a robustez
E toda a magnificência
Ela fica frustrada mas finge que entende
Eu tento relaxar mas a tesão nao reacende
Ela abraça-me e diz-me que não há stress
Mais ela mostra compaixão
Mas a excitação esmorece
O que é que ela 'tá a pensar de mim?
Que eu nunca chego ao fim, que
O sexo é sempre assim, assim?
Que eu sou impotente, incapaz
Sempre fogaz na performace
Ao contrário do ex dela que era um ás?
Que nunca lhe vou dar prazer
Como o ex namorado
Que lhe dava o céu estrelado
E aquele sexo mordaz