Valete, Orlando Santos - Mulheres Da Minha Vida letra (lyrics)

[Valete, Orlando Santos - Mulheres Da Minha Vida letra lyrics]

São p'ra ti minha filha
Estas primeiras palavras
Minha filha larva, que só rastejava e sorria
Recordo quando ainda nem andavas
 nem falavas
Querias falar, e quando tentavas mugias
Agora levas dezasseis anos de
Mulher e de vida
'Tás tão crescida, e já toda vivida
Lembras-te quando te levava p'ós
Concertos dos teus ídolos
Ficavas rendida e toda comovida
Agora vês-me assim assolado e abatido
Já não sou pai robustecido
Sou um homem rendido
Era bem mais que bem sucedido
Quando tinha a sapataria
O negócio fluía, quase cem clientes por dia
Até que veio a austeridade
Desemprego, miséria, calamidade
Já ninguém a consumir, caótico
Ficou quando perdi a clientela toda
Nem uma parcela restou e eu fui à bancarrota
Agora vês me aqui desempregado
Mergulhado na tormenta
Acabado p'ó mercado de emprego
E nem tenho quarenta
Não me dão emprego em nenhum lado
Nem um Call Center
A minha fé fragmenta sempre
Que a idade aumenta
Hoje eu sou um falhado, um inválido um teso
Olhas p'ra mim com desprezo
Já nem te reconheço
Eu enfraqueço ao ver que o
Teu amor tinha um preço
E sempre que me dás essa
Repulsa vês que eu esmoreço
Já nem me respeitas
Como se não me conhecesses
Às vezes ainda dizes que
Querias que eu desaparecesse
E se eu morresse? Será que te afetaria?
Será que a agonia da minha
Morte não te atingiria?
Será que ficarias assim indiferente e fria?
Será que nenhuma lágrima de
Dor te alcançaria?
Eu sei que já não sou aquele
Pai que tu te orgulhavas
Que chegava a casa com aquelas
Prendas que tu ansiavas
O pai que amavas e que hoje é um falhado
Hoje é só um fardo velho e extraviado

Então eu venho cá para casa
Com as minha amigas e tu não percebes que eu
Queria ver televisão na sala? Oh, oh Sara
Pai, é normal que eu quisesse vir p'ra aqui
A TV é maior, vê-se melhor tem calma, Sara
Não podias 'tar a ver televisão no quarto?
Oh Sara, por favor, vamos falar
Passas o dia inteiro em casa sem fazer nenhum
Sara e ainda por cima não deixas
As pessoas à vontade, que merda!

Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, dá-me um tiro

Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, dá-me um tiro

Sónia, lembras-te de nós os dois
A correr pelo prado
A rebolar na relva, colados
Dois putos apaixonados, memorável
Eu fui o teu primeiro namorado
Já são vinte anos partilhados
Debaixo do me'mo telhado, notável
Mas tudo parece que ruiu
Quando o negócio faliu
O teu amor extinguiu-se, não sei
Onde está o amor que nutriu
E que o meu amor coloriu
Eu era o teu calafrio, o teu rei
Agora 'tás sempre exaltada
Com essa voz enervada
Gritas comigo por nada, porquê?
Sempre com fúria exagerada
Nunca te vi tão desalmada
Nota-se que 'tás saturada, porquê?
Quando a sapataria gerava grandes lucros
Tu dizias que o nosso amor seria absoluto
E que dele nasceria o fruto
Que seria o tributo
Desta paixão que hoje mergulha no luto
Agora só me tratas de forma violenta
Sempre a atirar-me à cara que
Tu é que me sustentas
Sempre a atirar-me à cara palavras sangrentas
Sempre a atirar-me à cara que
Já não me aguentas
Fazes-me pensar que a nossa união
Era só um negócio
Agora só me dás essa aversão
Já nem me queres próximo
Não tenho solução senão ficar assim, dócil
Eu sei que 'tás só a uma
Discussão de pedir o divórcio
Vês-me como um tumor, já nem fazemos amor
Dormes de costas p'ra mim
Como se sentisses pavor
Toda a gente sabe que me trais
Com o vizinho da frente
Todo o prédio ouve os teus
Gritos quando vocês fodem
Nem 'tás preocupada em
Agir mais descretamente
Ainda o trazes p'a jantar
Aqui como aconteceu ontem
Eu só tenho de assistir, aceitar, engolir
Dependo de ti
Não tenho outro sítio p'a onde ir

Eu só tenho de assistir, aceitar, engolir
Porque se eu saísse de casa
Não teria p'a onde ir
Porque se eu saísse de casa
Não teria p'a onde ir

Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, dá-me um tiro

Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, mata-me de uma vez
Já agora, dá-me um tiro

Pedro, o quê que 'tás a fazer Pedro?!
Olha p'ra mim, calma
Sara vem cá, Sara, olha o teu pai
Pedro, calma
Calma Pedro porquê que 'tás a fazer isto
Porquê?! Fala comigo, Pedro tem calma
Disparo
Pedro! Ai não, Sara, ai Sara olha o teu pai
Sara ai, olha o teu pai, Sara
Vem cá, olha o teu pai, Sara olha o teu pai

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