Xeg - Diz-me letra (lyrics)

[Xeg - Diz-me letra lyrics]

Infância macabra, criança marcada
Por quem um dia te devia proteger
Sofrimentos, abusos, sentimentos confusos
Num dia a dia que um dia te fez crescer
Sem paz nem segurança
O que desfaz a confiança
Alma dorida que te faz sofrer
Criança que não foi criança
Porque quando morre a esperança
O karma é uma ferida que faz doer
O amar traz o medo da entrega, do apego
Desassossego que te arde
E te atira aos demónios
Atrás da cortina de fumo e sеgredos
Onde verdadе e mentira são sinónimos
Comportamentos impulsivos de risco
E destrutivos e também um pensamento suicida
Se alguém te trata bem, tu bloqueias
E vem, vem, vem, vem, vem
Um sentimento que te intimida
Amor nunca foi sólido, só um traço, um esboço


O amor nunca foi óbvio nem um laço
Por quem não tem amor
Próprio, não tem espaço, para outro
Entre o amor e o ódio são dois passos
Um sufoco um esforço
Laços são poucos, tão poucos sem troco
Abraços são frios sem roupa
Amassos são loucos tão loucos
Mas ocos num espaço vazio
Olhar carente, fuga para a frente
Afasta gente que realmente te quer bem
Não sabes lidar com gostar do
Poder vir a amar
Acabas por ficar sempre com quem
Se aproveita e usa não te respeita e abusa
No fundo eu digo só te afunda também
Na tua ferida e cicatriz vida de atriz
No fundo me diz que não és feliz com ninguém

Vida quem não tem o amor
Vive o karma do cancro de ida
A viver a dor, a amarga rejeição, esquecida
Vencida sem fé sem ninguém querer saber
Diz-me quem tu és, diz-me quem tu és
Diz-me quem tu és
Quando ninguém te está a ver

Hoje é mulher e adulta e com certeza
Com uma referência e com um padrão
Arranja sempre desculpa mas nunca defesa
Para a violência na relação
Vive com dor e angústia, medo e tristeza
Ou sentir ausência de uma solução
De carregar a culpa que a mantém presa
Como consequência da humilhação
E aceitar quem a maltrata, faz chorar
Acha-se forte para pedir ajuda
Fraca para se libertar não deste homem
Todo o homem que ela escolhe e encontra
Confunde amor com esta força que
A encolhe e confronta
Na sua luta mais íntima
Até ao dia que esteja pronta
De segurar as pontas e dizer a si própria e
Ao demónio que a amedronta
Não teve culpa de ser vítima
Não nasceste num berço de ouro
Cresceste dentro de um terror
Os teus gritos deram lugar
A um silêncio ensurdecedor sente o eco
Nem uma palavra de dor
Imaginação da criança contra a
Palavra de um senhor ninguém te ouviu
Ninguém te ouve tu não falas
Ninguém soube dos traumas que te apertam
Amar é dor dor é destino
Sofrimento é genuíno e almas
Que não se libertam
Preferias viver sem sentimentos
Foste ferida na infância o que
Te arruinou por dentro
Preferia esquecer todo aquele tempo
Quando o brilho da inocência
Logo se tornou cinzento
Arranjas trabalhos, mil passatempos
Para fugir da insegurança
Para esquecer os tormentos
Distrais-te em atalhos por uns momentos
À noite demónios sempre voltam para
Te roer o pensamento

Vida quem não tem o amor
Vive o karma do cancro de ida
A viver a dor, a amarga rejeição, esquecida
Vencida sem fé sem ninguém querer saber
Diz-me quem tu és, diz-me quem tu és
Diz-me quem tu és
Quando ninguém te está a ver

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