Rincon Sapiência - Crime Bárbaro letra (lyrics)
[Rincon Sapiência - Crime Bárbaro letra lyrics]
Nossas transmissões aqui no
Novembro Manicongo com a música
De Rincon Sapiência
Música que foi inspirada no conto
Fictício do escritor Danilo
Albert Ambrósio que conta a
História do escravo Galanga
Que gerou uma grande reviravolta
No engenho a partir
Do momento que cometeu um crime bárbaro
Negros de todos os lugares
Procuravam nas matas
Capangas armados estão à procura
Escravos apóiam meu ato de loucura
Fugido eu tô correndo pela mata
Na pele eu levo a marca da tortura
O crime deixa doido o bagulho
Carrego um pouco de medo e orgulho
Atrás da orelha deles eu sou a pulga
Se eles chegar, tô pronto pra dar fuga
Por mim estaria tudo em paz
Minha terra, meu povo e ninguém mais
Liberdade por aqui ninguém traz
Sim senhor, não senhor não satisfaz
Arrependimento, isso eu não tenho
O meu movimento sempre mantenho
Escravos apoiam meu desempenho
Fui eu que matei o senhor do engenho
Um nego fujão alguém viu
(Nossa senhora, neguinho passou a mil)
Canela fina é pra correr
Se me pegarem vai doer
Mesmo estando em desvantagem
A sensação é de poder eu sou nego fujão
Pega nego fujão corre nego fujão
Eu vou me embora daqui
Meu crime, eu sei, não tem as pazes
Pega nego fujão, tá nos cartazes
Pra haver rebelião, eu já dei base
Clima de tensão, essa é a fase
Sem líder eles não sabem agir
Escravos agora fazem canções
Pior quando eles descobrir
Que com a filha dele eu tinha relações
É o cúmulo do desacato
O sonho dela era ter filho mulato
Ela sempre me disse que seu pai é chato
Mas foi pelo meu povo que eu fiz meu ato
Boatos correm, eu também
Me sinto como um herói, isso me faz bem
Escravos me colocam como um rei
Porque o senhor de engenho fui eu que matei
Um nego fujão alguém viu
(Nossa senhora, neguinho passou a mil)
Canela fina é pra correr
Se me pegarem vai doer
Mesmo estando em desvantagem
A sensação é de poder eu sou nego fujão
Pega nego fujão corre nego fujão
Eu vou me embora daqui
Meu crime a ele eu culpo
Bateu em criança, cometeu estupro
Proibiu a dança e a religião
Gerou confusão interna entre o grupo
Cana de açúcar e Sol quente
Rachando na cuca, ódio na mente
Lembro de seu braço preso no meu dente
Ah! Depois não foi um acidente
Preso e vivo, morto e liberto
Logo pensei: um dia te acerto
Ah, ele disse: esse nego é o cão
Corpo no chão, não foi mais esperto
Oh, um crime sem fiança
De continuar vivo eu tô sem esperança
Enquanto isso eu sigo nas minhas andanças
Querem minha cabeça na ponta da lança
Um nego fujão alguém viu
(Nossa senhora, neguinho passou a mil)
Canela fina é pra correr
Se me pegarem vai doer
Mesmo estando em desvantagem
A sensação é de poder eu sou nego fujão
Pega nego fujão corre nego fujão
Eu vou me embora daqui
O fôlego estufar o peito
Partiu nossa senhora, neguinho passou a mil