Xará, Cecilia Spyer, Gutierrez - Andarilho letra (lyrics)
[Xará, Cecilia Spyer, Gutierrez - Andarilho letra lyrics]
Quando vai chegar no chão?
Piso em brasa, pés de andarilho
Deita a mão no chão, irmão
É saga de martírio
Paz, conspiração, é carma de espírito
E perpetuação do andor que é pai pra filho
Eu tô sempre no caminho
Na metade do que chama
Vida de andador, fim de cor, brilho e fama
Meio Bush meio Obama
Uma chicana tipo Osama Bin
O mal na mente dela é gasolina no estopim
Eu sei, errei demais, andei demais
Vi de longe o bomba de Guantânamo com a
Cara no Wagner Montes
Vi penar em Bangu, tipo lá, vi
Um choro de manhã no café sucumbir
Anda de turbante e mochilão, paz é hipocrisia
Um por vez fez da multidão massa à reveria
Os gringos aplaudem o Carnaval, dólar vai
Simpatia
O Pierrot não quer mais voltar, puta e utopia
Ainda os poucos que fechavam
Os verdadeiros eu conto a dedo
Tá no bolso teu calmante, teu Prozac
Samba enredo diz que não, trás pra junto o
Medo, esquece que isso passa, é cedo
Tua ideologia tá jogada às traças
Sem dinheiro
O que vier tu vai, barco à vela na maré
Pra naufragar vento leva e trás
Só questão de perceber
Aguenta pé no chão é arregar pra sofrer
Igual Tomé, se teimar que é
Tem que ver pra crer
Em várias noites com chuva
Eu andei quilômetros
Procurei por mim e só encontrei cronômetros
Então passei a correr por tudo que eu amo
Não consigo mais parar
Parar não tá nos planos
Já tô meio cansado e o tempo tá esfriando
No acostamento só o faról
Dos carros iluminando mais tô focado
Nem é em nada disso que eu tô pensando
Me espera mais um pouco aí
Que eu tô chegando
Asa nos pés (Segue, segue, segue)
Parece ontem, chuva marcando passo apertado
Mundo de concreto
Eu olho hoje é só um quadrado
Medo que era osso agora anda na minha sola
O ano que era o rap foi o rap
A gente ficou fora
Nó na garganta, eu cacei na savana
Quase igual a hoje
É que eu escrevi e Deus dá grana
Solidão seca as mágoas, vai, tenta esquecer
Até sombra quer brilhar, quem não é tenta ser
Se é só barro reconstrói, redescobre
Redestrói não pensa não
É só pular que a emoção te remói
Firma os nós
Põe na forca e vê os bunda azul tremer
Aí, volta com teus planos
Hoje guarda pra render, tá aqui
Luz pra sonhar, tempo vai na janela
Escuta um Azimuth, a vida fala a vera
Junta as pedras, trás pra junto da muralha
Que é contenção pra te afirmar na batalha
A ONU pede trégua de tanque e de AK
Num exército da paz em
Cruzada pra te escravizar
Quer espaço? Eu quero me encontrar
Espaço geral quer, irmão, tem que conquistar
Eu quero andar
Ver soprar no horizonte o vento com calor
Minha mãe sempre falou: "É igual ao tio
Sonhador" o mundo é de concreto e diz
O que que tu concretizou
Meu pé não criou raíz, eu vivo meu andor