Eduardo Taddeo - A Fantástica Fábrica de Cadáver letra (lyrics)

[Eduardo Taddeo - A Fantástica Fábrica de Cadáver letra lyrics]

Se seu calor for detectado pelo helicóptero
A MAG troca miolos por tecido necrótico
Somos matéria-prima da mais produtiva estatal
Onde gambé põe armas no
Bar em fraude processual
50 mil defuntos só é a taxa apresentada
Porque homicídio no DATASUS é
"morte de causa ignorada"
Sem as cabeças certas decepadas por Makita
Seu corpo na cena de crime
Do GEACRim virou sina
Nem a criminalística do Sudão
Examina tantos jovens com sinais
Claros de execução
Tanto enforcado com as tripas nas diligências
Que encobrem a lei do abate
Com auto de resistência wilhelm Mauser
John Browning vão acabar canonizados
Pela graça do recorde em sangue coagulado
Pela procura de prótese
Da indústria ortopédica
Que acerta amputações com a junta médica
Quanto mais espoleta, propelente
Rigidez cadavérica
Mais concreto balístico vendido pra
Apê e lotérica
A Fenavist pede pra Globo terror no esquete
E colhe fechamento no azul
Garagem com Shelby o mercado macabro precisa
Do reclame post-mortem
De tórax com balote no dublê da Amarok
O líder-mirim do 157 na Versace
É diesel pra caldeira da
Fantástica fábrica de cadáver

"Trá-trá-trá-trá", o sistema vai modelar
Matéria-prima sem valor pra
Polícia desfigurar
Tabaco, álcool, crack, fuzil antiaéreo
A linha de montagem começa no berço
E vai até o cemitério
"Trá-trá-trá-trá", o sistema vai modelar
Matéria-prima sem valor pra
Polícia desfigurar
De vassoura ou M2, em trégua ou no embate
Todos sangram na fantástica
Fábrica de cadáver

Daora quando o boy é confundido pela tático
Mostra pra elite a eficácia
De seus demônios fardados
Não chora, viúva, por sua perda
Cumpriram a ordem do seu
Marido: atirar na cabeça
A campanha pede o desarmamento da periferia
Só que os calibre letais protegem a burguesia
As armas quentes e frias que revivem Birkenau
Tão na cinta dos que vigiam torre empresarial
Qual o sentido do meu arsenal musical
No ouvido dos sucessores da
Matança em escala industrial?
O boy da Pink Elephant de hoje
É o carrasco de amanhã
Que vai imitar os passos do Coronel Ubiratan
É o cuzão que vai seguir te educando
Pra mandar via SMS que
O correntista tá sacando
O sistema quer você no busão irritado
Com a marcha contra o genocídio
Que deixa o trânsito engarrafado
Por que assim o gringo não vê
Que o país da moda
É líder em mortes por arma
De fogo e deficiência dolosa
Não vê que no Romão Gomes
Cumprem pena de um ano
Por decapitar excluído ainda respirando
Henry Ford se curvaria a montadora
Que produz por hora cinco
Carros furados por metralhadora
Nem com Napalm
Sarin se alcança a produtividade
Da fantástica fábrica de cadáver

"Trá-trá-trá-trá", o sistema vai modelar
Matéria-prima sem valor pra
Polícia desfigurar
Tabaco, álcool, crack, fuzil antiaéreo
A linha de montagem começa no berço
E vai até o cemitério
"Trá-trá-trá-trá", o sistema vai modelar
Matéria-prima sem valor pra
Polícia desfigurar
De vassoura ou M2, em trégua ou no embate
Todos sangram na fantástica
Fábrica de cadáver

No IML todo dia alerta amarelo
Não pra esperar vítima de desastre aéreo
Separador de costelas fica a postos e afiado
Aguardando o novo massacre de maio
É praxe na lavoura das
Cruzes perfuração na mão
Sinal de proteção contra agressão
É praxe na lavoura das cruzes
Quando a tropa ataca
Imagens incriminadoras requisitadas
Não existe lucro pra nós na PT entupida
Ela funciona como pivô da venda
Dos seguros de vida
Seus desmanches cortando a
Lataria do Chevrolet
É falência pra Marítima, Porto, Santander
Sobrevivência também é boicotar
O empresariado
Que despreza o perfil do favelado
Não tem nós no reclame da Ruffles, da Colgate
Então não consuma o preconceito
Moldado em embalagem
Pelo rico a aniquilação nunca vai ser cessada
Por que carboniza poucos da playboyzada
Pra cada 10 latrocínio de burguês
Entram na sala de necropsia quatro
Mil de nós por mês
Longe do poder só vamos preservar a espécie
Nascendo com uma película anti-chumbo na pele
Nem roteiro de ficção se aproxima da barbárie
Cometida na fantástica fábrica de cadáver

"Trá-trá-trá-trá", o sistema vai modelar
Matéria-prima sem valor pra
Polícia desfigurar
Tabaco, álcool, crack, fuzil antiaéreo
A linha de montagem começa no berço
E vai até o cemitério
"Trá-trá-trá-trá", o sistema vai modelar
Matéria-prima sem valor pra
Polícia desfigurar
De vassoura ou M2, em trégua ou no embate
Todos sangram na fantástica
Fábrica de cadáver

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