Kid MC - O Último Homem letra (lyrics)

[Kid MC - O Último Homem letra lyrics]

Yeah eu sou bandido é esse nome que tenho
Se dissesse que não estaria a mentir
Eu roubo porque não tenho como resolver a
Situação da minha vida
Meu Pai foi um desmobilizado de guerra e
Valeu menos do que um chinelo
Só espero a morte porque a vida não presta

É assim a minha arma é o meu melhor amigo
Com bala me alimento quando mato
Qualquer tipo de indivíduo
Ainda que não for p'ra matar faço tiro
Te desmonto aí no chão bem morto
E só depois me retiro
Manda lixo, quando me atarem já não existo
Por isso mato mesmo e amanhã resolvo isso
Me Drogo, não sou estranho, sou mau
Parto uma role banga gosto
Bué do manbo speedbal
Com vuzamento no escorno não
Me apareça a frente
Se fores amigo eu vou te ver já diferente
Não gosto de cocaína, é dos pulas
Mas quando mato um
Lhe desarmo a coca e vendo num preço bué tula
Bala na câmera não presta
E tiro a correr, mô n'engue
Vais ter sorte se bater na testa
Grande merda, se não te expliquei entenda
Ouve be, a minha porrada é esta

É é txé, vem cá, vem cá, vem cá
-Calma aí cota txé, cala a boca (calma aí)
Dá o telefone pá (calma aí)
Cala a boca pá, 'tá a reclamar o quê você ché
'Tá a pensar que eu sou
Teu pai ou teu professor
-Eu sou um professor da escola pública
Dou aulas a mais de quinze anos
Só que em quinze anos como
Professor ainda passo fome
O meu salário que já é pouco
Ainda por cima nem me pagam
Epah, isso é uma calamidade
Os alunos é que pagam

Eu, sei muito bem o que faço
A corrupção é o esquema p'ra
Sair desse grande fracasso
Ouço berros dos pais dos alunos
Mas o salário que é cochito
Esse nem vejo nem o fumo
Nove meses sem meter nada em casa
Ano letivo passa, aí a miséria me arrassa
Muita criança
Aturar filho do outro quando os meus próprios
Filhós em casa só bebem água
Elaborar matéria p'ra depois dormir à fome
Na escola os miudos esbanjam aquilo
Que o prof' não come
Ninguém sente pena porque tenho
As minha pernas p'ra andar por cima das
Picadas deste problema
Quando os filhos estão doentes 'tó lixado
Ninguém ajuda, não há escola
Nem há merda do estado
Me soube a frustração e o
Ensino vai p'ra merda
Como professor a minha atuação é esta

Prestem atenção alunos
Como vêm, a raiz quadrada de dezasseis é oito
'Tá a entender -sim!
-Vocês vão reprovar, o professor está a ver
Hm, tem de ver como é
Que vão fazer p'ra passar
O professor não é cego
-Eu sou cego, esta é a minha condenação
Estou livre de corpo e
Preso na própria escuridão
A minha família abandou-me numa rua por aí
Era bem tratado e comecei a mofar mesmo aí

Rua fria, sentei no canto de uma parede
Ouvi a voz de alguém e disse amigo tenho sede
A parede era perto duma porta
O meu pedido de água foi idêntico
Ao pedido de uma forca
Pensaram que eu fosse gatuno e
Me estava a fazer
Não falaram mais, começaram me bater
Alguém que me viu antes confirmou
Que eu era cego
Inconsciente já nem sentia os
Meus próprios dedos
Mesmo com sangue me puseram a dormir no chão
Por causa da visão, ai que maldosa humilhação
Dias passaram na rua, a fome estava apertar
Uns miúdos vieram e pediram p'ra
Me ajudar a mendigar
No fim de tudo um pão com água
A me alimentar
Eu aceitei por que a fome me estava arrear
Não sei se sou um animal
Ou algo que não presta eu até nem sei irmão
A minha realidade é esta

Mano, mano só dez kwanza mesmo
P'a comer um pãozinho mano
Um dinheirozinho mano
Nada, eu também 'tou nos pico
Trabalho na lavra, também estou na miséria
-Aié!? és camponês?
-Eu sou um camponês desde miúdo
A vida não me deu outra escolha
-Meu pai, meus avôs, eu cresci, naquela
Área pelos encinamentos que me deram, e hoje

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