ActivaSom, Tácio , Each1 - Eterno Retorno letra (lyrics)

[ActivaSom, Tácio , Each1 - Eterno Retorno letra lyrics]

Se bem me lembro, era 22 ou 3 de dezembro
Dia frio, céu cinzento
Rua com muito movimento
Sigo o trajeto diário e não aguento
'Tou todo encharcado
 com os phones abafo as rajadas de vento
O café que frequento faz fila lá dentro
Hoje faz fila em todo o lado
Quem é que sai com este tempo?
Abrigo-me por um momento, e quase adormeço
Tenho o corpo a ir p'o trabalho
A cabeça pr'o apartamento
Um estranja à minha frente
Pede indicações p'ó centro
Ele só veste um corta-vento
Estou gelado de casaco quente
Ocupo a mente, mil chamadas
Ninguém me atende
Vou voltar a pôr os phones
Mas com uma música diferente

De repente amor, minha espera
Terminou, meu amor, veio enfim

Quando a ouço
Ela me prende ao passado de repente
Este mês sem dizeres nada já
Se torna um "até sempre"
Comprei o teu presente, imagino como seria
Veres uma data de partida do teu
Sonho de ires à Índia
Era tanta alegria que pedi férias na firma
Disse que é a altura que tu podes
Mas que estupidez a minha
Entretanto alguém me liga e
Pergunta como me sentia:
Ainda estou meio pálido
Mas deves estar pior ainda nada disso
Ele dizia -Saí do restaurante sóbrio
Disseste não querer boleia
Parecias ter um propósito
-Não estive contigo? Quase jurava, António
Isto deve-se por ter mais diretas
Que o meu relógio mas ouve este episódio
Não me lembro da disco do que tinha vestido
Nem do consumo obrigatório
Fui a um espaço privado
Lembro-me de vê la de lado
Enquanto pela cabeça a
Garrafa tinha entornado
Já via tudo baço as pernas levam-me até ela
Com os lábios desperto a fera
E o perfume não era o dela
Mas lembras-te da conversa?
Que pergunta de merda
Eu queria fazer as pazes
Para acabarmos numa queca
Tu já sabes como é ela -Quem era?
Que pergunta António -A Rafaela
A Rafaela?! Tu 'tás enganado é
Óbvio podia explicar-te agora, mas
Ouço um suspiro -À noite encontramo nos para
Eu falar melhor contigo
E até lá, por favor, tenta não andar sozinho
Grande abraço, até logo
E não armes mais estrilho
Olhei para o visor e em seguida desligo
Seria tudo preocupações ou ciúmes
De não ter vindo a frase fica no ouvido
Que queria dizer com aquilo?
Está mais chato que a minha mãe
Só faltava falar do fígado
Foi um jantar comprido, ontem comi
Hoje vomito e com a ressaca ainda estou
Tímido e de estômago vazio
Nunca lhe aconteceu isto
Eu pelo menos admito
Vou fumar mais um cigarro
'tou com os pulmões em sacrifício

Nem vou pensar mais nisso
Vou fazer é um desvio
Sei que fica mais longe
Ao menos vou-me distraindo
Até deparar com isto e ficar de mau feitio
A gente que gasta o subsídio
Porque amor traz recibo
Digam "Olá" ao avô que
Ainda não tinham conhecido
A mãe pôs-lo num lar porque
Ele se torna aborrecido
Preferia nem ter ouvido
Já me sinto arrependido fiquei em choque
Deveria ter ido pelo mesmo sítio
Após tantos encontrões
Esta gente já nem vê nada dei um berro
Perdi a calma - "você veja por onde anda!"
Do outro lado, parece ela de sobretudo
O gajo não reconheço, e ela está de carapuço
Bastante sorridentes, ele dá-lhe um embrulho
Berrei o nome dela, eles fazem que sou maluco
"Grande puta
Isto é tudo p'a me fazeres ciúme
Então vou a esse lado p'a
Me explicarem isso tudo"
Mal dei um passo, nem vi a cor do semáforo
Ouço a travar um carro
No corpo sinto um grande impacto
Quando a ambulância chega
Ainda estou atordoado
A rua pára à minha volta
E o condutor foi culpado
Ouço a voz da Rafaela que
Diz que não me conhece
-Então por favor afaste-se p'ra
Não criar mais stress
Quanto mais perco os sentidos mais
Vejo a luz ao fundo
Vai faltar partes da história não
Me posso lembrar de tudo

Nem me lembro se fui de maca
Acordo numa sala branca
A minha mão está aos berros
E pelo médico chama
Mas veio uma enfermeira e diz que se espanta
Tive sorte de na brincadeira só
Ter fraturado a anca -Onde ela está?
-Mas por quem é que ele chama?
Manda entrar a rapariga que
Chamou a ambulância
Entra ela, em pânico, lágrimas, meio trémula
Não foi ela quem chamei, tu não és a Rafaela
Tirem na daqui, tu não és a Rafaela
António pede que saiam para
Termos uma conversa
Agarra-me nos ombros, e já nem pondera
Já se passou mais de 2 anos
Nunca mais volta a Rafaela em lágrimas grita
Pores-te assim só complica
Ela morreu num acidente
Quando voltava da Índia
Eu sei que 'tavas no aeroporto
Quando ouviste a notícia
De que havia sobreviventes
Mas ela foi uma vítima
Desde aí todos os Natais
Essa memória rebobina por isso
Quando jantamos não misturamos bebida
Quando foste embora
Eu perguntei-me onde irias
"Irá ao bar onde se conheceram?"
Eu sei que lá voltarias
"Contaste-me toda a noite
Mas eu liguei à Patrícia
Ela disse-me que te viu no
Bar enrolado com uma mestiça
Serviu-te umas bebidas
Desapareceste da vista
E o que resta da história
Só tu próprio contarias
'Tou-te a contar a verdade
Da realidade que fugias
Se não ter acreditares em mim o
Médico quer-te pôr em clínicas
Por isso, interioriza, dá a volta por cima
Para amanhã no hospital
Darem-te alta ao fim do dia!"
Antes de ele voltar para casa
A mãe vai antes e limpa tirou fotos
A roupa e lembranças que lá havia
-Quando lá chego, 'tá diferente do que vivia
Os móveis mudaram de sítio e
As fotos são da família
Abraço-me aos meus pais
Sinto uma nova energia
Obrigado pela preocupação não há
Mais choro só alegria
Após semanas, fui festejas a minha vinda
Chego bêbado a casa e vejo uma folha caída
Amarrotada, data tinha, 3 anos
Está gasta a tina
Mas nela ainda lia, "amo-te p'a toda a vida"
Tentei ignorar, mas algo me puxa de repente
Vou voltar a pôr os phones
Mas com uma música diferente

De repente amor, minha espera
Terminou, meu amor, veio enfim

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