Bob Da Rage Sense, Fuse - Escrever Para Quê? letra (lyrics)
[Bob Da Rage Sense, Fuse - Escrever Para Quê? letra lyrics]
Mas somos bons a manter a desordem do caos
Há tantos que procuram ajuda divina
Já experimentaste pôr o teu caos numa linha?
Não subestimes a imponência de um verso
A grandiosidade de uma metáfora
A nobreza de uma ideia com causa
Abrir o livro do universo
A alguém cego por uma vida sem nexo
Tocas-lhe directo na alma
Escrever pra quê? Não, escrever para quem!
Convicto de ser vivo
Eu vivo o que escrevo sem medo de ninguém
Ver sem tocar, sentir sem ver
Isso é escrever
Sonhamos acordados não te deixes adormecer
Não vivo entre a espada e parede
Vivo entre a espada e a folha
A parede, essa eu encaro de frente
A solidão não anda de folha na mão
Nós somos actores de coração porque
A vida não tem guiã
Não é raiva não é ódio, não é mágoa
Chama-lhe água, onde me afogo
Porque eu choro cada palavra no meu voo
Mas esta ave não tem patas
Eu só aterro nas tuas mãos se
Eu sentir que tu me agarras
Estive durante muito tempo preso no limbo
Desde o Underground Konsciente ao Diários
Que tenho o limbo a pairar sobre mim
O tempo permanece cinzento
Mantenho a luzes acesas sobre o
Poder de um filamento
Underground independente
Carta fora do baralho
Longe do barulho dos que não gostam
Eu sei bem o que valho
Isto não é magia é trabalho
Podem correr e avisar essas editoras
Que eu não falho a arte é livre e natural
Não precisa de currículo
Queres lutar pela liberdade não
Tens melhor veículo
Eles podem matar um ou duas
Flores da nossa era
Mas nunca hão-de conseguir evitar a primavera
Continuo com Guevarísmos, Trotskismos e Brest
Com novos beats mas sempre com
O primo Rafa e Xeg
Censura não me condiciona já
Escrevi pedaços de história
O conteúdo das letras define
A minha trajectória
É a psicologia do artista
Como Nietzsche escreveu
Estou embriagado de revolta aqui
No lado plebeu da sociedade escrevo para que
Haja estímulo e vontade
De mudar e caminhar rumo a liberdade
Escrevo para acabar com as disparidades
Impostas por um bando de cowboys que
Nos governam e roubam sem piedade
Eu insisto, apesar de não ser nada de novo
O desenvolvimento de um país começa
Pela educação do povo
Acredita que quando utilizo uma
Caneta com esta mão é tudo em nome da luta
Pela liberdade de expressão
Apaixonei-me por ela no berço e
Vamos até ao caixão
E depois ainda vamos continuar
Juntos em ascensão