Capicua - Alfazema letra (lyrics)
[Capicua - Alfazema letra lyrics]
Poupo no vocabulário é que
Para o meu silêncio ainda
Não há um dicionário
E eu não falo sem pensar
E não quero pensar demais
Dispenso interpretações emocionais
Como todas as mulheres quero
Sentir que sou diferente
Sou o cliché da vida toda pela frente
Carente qb como um domingo persistente
Em que
Não sei porquê a gente tem o olhar ausente
Sou insegura, ponho a lupa nos defeitos
Tenho a fúria do espelho, dúvidas no peito
Às vezes não me valorizo
Não grito quando é preciso
Não tenho juízo e vivo em
Função de outro individuo
Sou imperfeita mas esse é o nosso carisma
Se cisma e não aceita
Não consegue ver um cisne
Beleza não se finge, aquilo que tu emanas
Mana como uma esfinge fica sólida
Uma deusa humana
E quando fraquejares vais
Repetir num sussurro
Aquilo que eu canto p’ra
Sorrir num dia escuro
Aquilo que eu canto p’ra
Sorrir num dia escuro
Eu cheiro a alfazema eu sou poema
Eu sou aquela que tu querias
Ao teu lado no cinema
Eu cheiro a alfazema eu sou poema
Eu sou aquela que tu querias
Ao teu lado no cinema
Somos o fruto da cultura que nos tolhe
Que nos escraviza p’la
Expectativa que escolhe
Impor em nossos corpos tortos
Para caber num molde
Impor em nossos sonhos mortos
Para servir a prole
Comportamentos amenos a menos que sejas louca
Com recato e em privado não
Te exponhas como a outra
Abre menos essa boca
Poupa o teu questionamento
Rosto e corpo no ponto e
Com pouco pensamento tento
Fazer diferente, ser diferente dessa norma
Militantemente ser exemplo
Contradizendo-o sempre
Contradições nascem com tradições opressivas
Como lições para sermos fracas e reprimidas
Sem auto-estima postas de lado como um talher
Não foi p’ra isso que nasci uma mulher
Não vou cumprir com a puta da espectativa
Não é para ela que oriento a minha vida
Não vou cumprir com a puta da espectativa
Não é para ela que oriento a minha vida
E fraquejando vou repetindo num sussuro
Aquilo que eu canto p’ra
Sorrir num dia escuro
E fraquejando vou repetindo num sussuro
Aquilo que eu canto p’ra
Sorrir num dia escuro
Eu cheiro a alfazema eu sou poema
Eu sou aquela que tu querias
Ao teu lado no cinema
Eu cheiro a alfazema eu sou poema
Eu sou aquela que tu querias
Ao teu lado no cinema
Se o cor-de-rosa, vem colorir o cinzento
E se querem que o embrulho tape
A dor que dói por dentro
Eu renuncio ao desespero
Eu recuso o que não quero
Não alimento o degredo que deriva
Do apego e peço
Ao universo que me dê o que mereço
Sei que recebo o que ofereço
De regresso sempre em dobro
Não me contento com pouco
Não cobiço o que é do outro
Eu acredito no meu esforço e ergo
Sempre o meu pescoço posso
Perder-me às vezes
Não vendo a rosa dos-ventos
Mas tento deixar migalhas para saber
Voltar a tempo posso perder-me às vezes
Não vendo a rosa dos-ventos
Mas tento deixar migalhas para
Saber voltar a tempo
Eu cheiro a alfazema eu sou poema
Eu sou aquela que tu querias
Ao teu lado no cinema
Eu cheiro a alfazema eu sou poema
Eu sou aquela que tu querias
Ao teu lado no cinema
(Eu cheiro a alfazema eu sou poema
Eu sou poema eu sou poema)