Capicua - Líquida letra (lyrics)
[Capicua - Líquida letra lyrics]
Inundo tudo, mergulho fundo
E quando me encolho junto mundos afastados
Empurro cascos de paquetes e
Barcos de escravos
Eu finto as redes do arrasto
Porque passo nos buracos e evaporo no espaço
Eu é que te lavo enquanto me sujas
Até me fazerem espuma
E desabar de nuvem em chuva
Baptizo cristãos, engulo corpos na morte
Lavo a sua carne e dou as cinzas à sorte
Sou forte, faço mover os moinhos
E no meu umbigo moram monstros marinhos
Sou de todos e assumo qualquer forma
Sem cor, sem sabor, inodora
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive
Nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive
Nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota líquida
Dou de beber à Terra, dou vida, dou pesca
Dou rega e por mim haverá guerra
Se me quiserem presa, se me fizerem escassa
Se o meu corpo não chega
Para a vossa festança
Serei uma ameaça, darei luta
Enquanto for engarrafada, vendida, poluta
Pela puta da indústria que me suja
E o deserto, tão perto, tão certo, tão vasto
A obra-prima do homem civilizado
Ao pirata, à criada, ao diplomata
Com a mesma força, e a mesma faca
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive
Nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive
Nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota líquida
Azul do planeta azul, dá o sal e a pimenta
O Sul é o Cabo da Tormenta
E na Barca do Inferno bebo
Um shot de água benta
Só porque a sede é ciumenta
E quero matar mais do que a fome e a doença
Azul do planeta azul, dá açúcar e canela
O Sul é o fundo da panela
E na caravela bebo um gole de aguardente
Só pra que a gente não se lembre
Que o império já matou mais do que a sede
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive
Nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive
Nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Líquida e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive
Nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive
Nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota líquida