Chullage, Expeão, REY - Desobedece letra (lyrics)

[Chullage, Expeão, REY - Desobedece letra lyrics]

Jorra sangue do nariz é só mais uma cicatriz
Rosto silencioso e triste
Vida abaixo de cão, ninguém desiste
P'ra todos os que olham para o chão
Estômago vazio, hora de insurreição
Camisolas pretas a tapar a face
Essa manhã foi bem real, repare-se
Disseram que alguns vinham ás 4
O silêncio apoderou-se do quarto
Estavam todos acorrentados
Os heróis de uma geração de rastos
Vontade de liberdade reprimida
Berros e gemidos enchem a avenida
Limpo o sangue da cabeça de
Um rapaz que gritava paz
E manchou o cartaz de Rey, Expeão e Chullage
Uma mãe levanta a sua mão pra limpar o suor
Olha pró céu mas não entende o senhor

Se pensas que és livre estás longe de tal
Porque neste regime a última medida
É policial

Ainda que haja quem nos governa
Que afinal só nos desgoverna
Nos faz viver com grilhões na perna
Nos tem a morrer à espera de ressuscitar
E ter a vida eterna
O povo poderá voltar a ser quem mais ordena
Votos - o nosso querer não cabe nessa caixa
Marchamos com palavras incendiadas

Marchamos com palavras incendiadas
Desobedece
De Sta Filomena à Fontinha, Desobedece
Marchamos com palavras incendiadas
Desobedece
De Sta Filomena à Fontinha, Desobedece
Marchamos com palavras incendiadas
Desobedece
De Sta Filomena à Fontinha, Desobedece

Marchamos com palavras incendiadas
Desobedece
Não tenhas medo, aparece, desobedece
Desobedece
Marchamos com palavras incendiadas
Desobedece
Não tenhas medo, aparece, desobedece
Desobedece

Invadem o recinto logo cedo
Destroem literatura e brinquedos
Crianças choram com o medo
Homens com máscaras, armas e fatos pretos
Tudo começa com o spray é o que manda a lei
Tratados como insectos e vermes
Manchas vermelhas no cimento e nas mentes
São difíceis de limpar, são permanentes
Cânticos mais altos que sirenes
Pimentos doces em abril
Lançados aos leões no covil
As nossas ambições levaram nos a isto
O nosso único deus: materialismo
Quem é que está a subir p'ra não cair?
Quem é que está a um passo do abismo?

Se pensas que és livre estás longe de tal
Porque neste regime a última medida
É policial

Eu vi o batalhão, cães de repressão
Sedentos de acção, querem sangue no chão
Dou o braço a um irmão
Aqui ninguém recua oblá, aguenta a posição
A nossa luta é pela população
Não tenhas medo da agressão
O bloco negro aguenta pressão
Enquanto a rua toda em peso grita: mais não
Desobedece

Marchamos com palavras incendiadas
Desobedece
De Sta Filomena à Fontinha, Desobedece
Marchamos com palavras incendiadas
Desobedece
De Sta Filomena à Fontinha, Desobedece
Marchamos com palavras incendiadas
Desobedece
De Sta Filomena à Fontinha, Desobedece

A tensão aumenta entre os protestantes
Corpo de intervenção, espírito de sangue
Barricada nas escadas de uma utopia
Uma criança brinca com tinta e pinta
Um sol, uma casa e uma menina
Uma bandeira pirata e uma grande família
Sem saber o terror que se avizinha
Último dia de escola no bairro da Fontinha

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