Conjunto Ngonguenha - O Choro de um Continente letra (lyrics)

[Conjunto Ngonguenha - O Choro de um Continente letra lyrics]

Outrora o berço
Agora o recipiente do esterco
Os africanos fecham cada vez mais o seu cerco
Os de fora têm culpa ou africa
É que não se cuida? Expõe-se como boazuda
Porta-se como prostituta
Que está sempre aberta para carteiras caxudas
Mas resistentes as punhaladas dos
Lideres políticos judas
Que fazem uma capa não verdadeira
À realidade do povo
Cansado de ser tratado como
Laboratório de novo ouvi dizer
Que alugaram praias prá servir
De pia prá petróleo
Dеpois admiram-se de onde é quе vem o ódio?
O continente chora
Os motivos são todos óbvios
Os filhos destratam a mãe com
Pensamentos virados prós bolsos
África, linda, mãe, avó, são tantos os nomes


Falam em renascença e orgulho mas
Isso tudo parece longe
Facil é correr, apontar os dedos para fora
Enquanto os responsáveis estão escondidos
Na nossa historia
Reflictam, naquilo que eu vos vou dizer
O que é que temos feito
Por nós mesmos ultimamente? Digam!

Os africanos continuam a não querer
Aprender com o passado
Carregando por isso o estigma
De um povo escravizado
Quem governa ignora, as lições da história
500 anos de escravidão apagados
Da nossa memória
E as 4 décadas de falsa independência
Levaram a minha geração a
Um despertar de consciência
Questionamos as verdades aprendidas na escola
Atentos ao conflito de interesses
Que se desenrola
A contínua exploração de África
E suas riquezas o êxodo populacional
A fome e suas presas governos corruptos
Fantoches do imperialismo
Alimentando a propaganda de
Um falso patriotismo
ONG's Americanas despontam aos milhões
Aparecem prá nos ensinar democracia
Em 2 lições ontem simples colónias
Hoje eternos devedores
A nossa relação continua sendo
De escravos e senhores

Não adianta apontar dedos
Ao estrangeiro explorador
Como se não tivéssemos quadros
Com cultura e valor
No inicio ideais bonitos e muito amor
Banalizados na TV como matumbos ditadores
Sim é verdade, ficaram cegos pelo poder
A ideologia pede importância quando a
Traímos pela primeira vez
Entregam-se à fartura
À comodidade e ao prazer
Corrompidos pelo imperialismo que
Juraram combater
O povo seguindo os guiões habituais
Passa a ultimo plano dos carniceiros canibais
Aprendem mais a copiar do outro
Também têm de sobreviver e assim aos poucos
O que é nosso se está a perder
Será que alguém me ouve
Será que vão me entender?
Será que vão influenciar as
Palavras que eu disser?
Se me sentes ama a família
Pausa mais no kubico
Fala com os kotas e kandengues
Organiza debates com avilos
Encara a vida como um momento
E descobre os teus princípios
E quando este som acabar fica
Curioso e pega um livro

Lágrimas prá lembrar as guerras que
Levam a tua semente
É lógico que chores tanto sendo
Constantemente objecto de teste
De cientistas por todo o globo
A estatística nos diz a realidade
Sobre o nosso povo
40% analfabeto, 30% desnutrido
40 milhões de jovens são seropositivos
21 milhões de africanos saem da
Sua terra como fugitivos
Enquanto uns morrem porque a
Fome apagou os sentidos
Levantam-se mais armas do que
Enxadas prá cultivar
Devemos ao banco mundial mais
Do que possas imaginar
Temos vendido mais de um
Terço do continente africano
E vemos os problemas e os abraçamos
E continuamos dependendo de
Ajudas ditas humanitárias
Como não usamos o que temos
Acabamos por nos tornar párias
Lágrimas por saber que os teus filhos
Tem tanto prá te dar
E mesmo assim preferem te vender
Ou então te negociar
Somos apenas o povo mais miserável
Que no fundo
Carrega a semente do império com
A maior historia do mundo
Porque que a terra mais rica
Não aproveita aquilo que tem?
Porquê que continuamos a sofrer?
Que alguém me diga porquê?

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