Contrafluxo, Oga Mendonça - Nanquim letra (lyrics)

[Contrafluxo, Oga Mendonça - Nanquim letra lyrics]

"Contrafluxo"

Na mais perfeita construção de frases
Rimadores perfilados, destacados
Como indomáveis ases
Notáveis num jogo de palavras
Onde demonstro habilidade
Navegando sobre as cristalinas
Ondas da sonoridade
Adentro seus ouvidos sem pedir licença
E prova de que nessa não sou só mais um
Comum

Pois enfrentar, fazer história
Buscar glória, e mudo o rumo
Pra que, um dia
O verso seja um grande sonho de consumo
Pra que seja o suprassumo
É dentre os mestres que
Eu conduzo a cerimônia
E dentro dessa apodrecida Babilônia


Eu me mantenho honrando a sigla
Imbatível, como Allan Quatermain e
Sua extraordinária liga

Eu sigo tranquilo quando a pressa
Se coloca em meu caminho
Sozinho, me pego pensando
Depois vejo que, por melhor que o verso seja
E por melhor que o verso seja
Terá sempre um perverso
Esperando decepar a minha cabeça
Pra servi la como trunfo em sua bandeja

E é evidente a diferença
Entre quem observa tudo
E quem somente vê o mundo
Passar em questão de segundos
Sem qualquer objetivo ou projeção pro futuro
Sem ação, sem noção, sem razão no escuro
Cercado pela estupidez, amplio os horizontes
E de quem causa intrigas, vende brigas
Tem de monte
Adiante, os que conspiram com a morte
Como fizeram com César

Apunhalado por aquele que, na tua frente
Reza aqui se pesam inovações frente
Ao que é imposto
Com o semblante da bondade estampado no rosto
E com o resvalo do hemisfério
Desafiam as alturas
Quebrando paradigmas, a desprezada cultura
Com a Manada na contramão da ignorância
A cada passo, o espaço avança
Na aquarela da bonança, Tarsila dança

Em frente ao quadro que cria
Memórias pairam no sentimento de euforia
Pois é no verso que me
Expresso e a bênção peço
Quatro MCs do subsolo, longe do regresso
É sempre aqui, saca a jogada e sai na jornada
Na Pauliceia desvairada, Contrafluxo e Manada

Erros não se apagam, como se fosse nanquim
A sua vida só é uma bosta
Se você 'tiver a fim
A esperança vale mais que ouro ou marfim
Contrafluxo e Manada, a união que não tem fim
Erros não se apagam, como se fosse nanquim
A sua vida só é uma bosta
Se você 'tiver a fim
A esperança vale mais que ouro ou marfim
Contrafluxo e Manada, a união que não tem fim

Entre sorrisos fugazes e apertos
De mão sem firmeza
No compasso da base, me bate a incerteza:
Será que o povo saca que
A parada é verdadeira?
Entre olhares perdidos e beijinhos no rosto
Pilhas de livros lidos, filmes de mau gosto
Será que eu deveria levantar alguma bandeira?
Sem engajamento
Meu compromisso é com a poesia
Meu instrumento é a palavra
Como os astros são da astrologia

O reconhecimento em cada cumprimento
Sincero que recebo
Quando invento um jeito de falar
De algo novo que percebo de forma rimada
Em cima de uma base programada
Às vezes, parece piada
Surge alguma rima engraçada
E nêgo não ri nem todos
Possuem as referências que colhi
Eu sei, isso não me frustra, não me desanima
Pra obter o sucesso
Você tem que ficar em cima
Nipônica obstinação, a teimosia criativa

Com um pedaço de carvão
Tornar a vida colorida
Tirar inspirações de lições aprendidas
Ou porradas levadas
Presepadas vividas ou lorotas contadas
Eu sei: quando morrer
Não vou levar mais nada por isso
Deixo as minhas impressões aqui gravadas

A arte do poeta urbano é valiosa como marfim
Assim como não se apagam as
Linhas tracejadas em nanquim
Lutando em batalhas ideológicas a
Favor da plebe, enfim
Muitos não avaliam
Se dão conta sobre as questões
Lógicas, intrínsecas em canções
Ou no poder das mesmas
Em unir separadas nações
Alusões feitas porque muitas respostas:
Algumas não tenho, mas outras possuo

Me incluo no seleto grupo de neo-trovadores
Concluo sou um dos poucos que, como muitos
Vagam em silêncio
Separando-se dos amadores (huh)
Valores que guardo a sete chaves no peito
Mesmo assim, meu senso crítico questiona-me
Se faço rap bem-feito
Só apenas assim, desse jeito
Constituído de pensamentos e emoções

Me apontam o dedo e os
Devolvo cinco cravados em punho
Os mesmos que não julgam o livro pela capa
Ou, ainda, os que falham comigo na vida
No verso, dou apenas passagem de ida
MCs sempre do contra
Contra os que se limitam
Tiraram a oportunidade de quem luta com garra
Se apegando apenas à verdade
Mas a realidade é outra, senão uma muralha

Que te faz repensar atitudes
Levando a analisar as próprias virtudes
Mesmo que a missão seja defender
Ou enfrentar rostos rudes
Permaneço no anonimato, em tese
Simplesmente incompreendido
Onde muitos contam comigo
Juro: se for pra ser, será
E do futuro não sei
Só sei que valeu lutar em minha
Vida por tudo que acreditei

"Pago um pau"

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