Correria, VANDAL, Nova Era - Vida Real letra (lyrics)

[Correria, VANDAL, Nova Era - Vida Real letra lyrics]

No gueto
Os pretos fazem grana como fazem fama
Os paquito de condomínio acha que são Montana
O ego contamina a cena e
Seus nariz só sangram e eu quero só ver na
Cobrança quem tem proceder

Disputa de ego, esse dom renego
Deixo pra esses prego que não têm visão
Uma pá de vacilão, agindo na emoção
Fazendo da cena, Hopi Hari, jão

Mas seu ídolo é tão cuzão
Que correu quando eu chamei pra mão
Mesmo só em Sampa, não abaixei a cabeça
Nem fugi das treta, fui na direção

Na Avenida o que vira é boxe
Na Suburbana vira os papelote
Na cadeia não contei com a sorte
Dormindo com a faca, abraçado com a morte


Foda-se os like, vivem só de hype

Dão o cu por Nikes, não passam de fakes
Cês têm referência, mas não tem vivência
Pede até clemência se me vê na frente
Sua métrica é replica, tática
Drástica, literalmente patética

Meu rap é herança da África, rua
Favela, visão pragmática
Preto zika memo, quebro os protocolo
Antissocial de propósito
Levo axé porque tá no seguro

Tomba cheio de furo se descer pro pátio
E eu nunca fui um bom menino
Cresci com o dedo no gatilho
Nas áreas me chamam de Dino
Suburbano caro, do gueto eu sou filho

Se eu tô no mic, eles tremem
Foda-se sua mini-gangue
Pensam que o jogo tá ganho
Porque na internet se tornaram memes

Gaste uma bala por mim, gaste uma bala em mim
Ache uma falha em mim, isso tudo não é eu
Se vejo minha mãe sorrir

Só que quando o preto tá em desespero
Sabe o mesmo preto cheio de dinheiro
Imagina o preto, vodka e gelo

Em qualquer lugar um preto verdadeiro
Sociopata psicanálise, mas um dia morto
A sombra de Deus, assombrando os outros
Nas par party, party sem paty

Só pretas e ouro, bagaçando o mundo
Estive me afastando dessa tensão
Hoje eles pensam que nosso destino é prisão
Não aceitamos mais o seu perdão

Hoje ainda pensam que aceitaria mais um não
Melancoli, MA konnen, Makaveli ou Tafari
Surte o efeito quando estou aqui
Contatos com a raiz, jamais sucumbi

Sun Tzu, Zumbi, Jamaica Tunis
Só dispor ao gueto e ouvir o que o gueto diz
O gueto sangra e ninguém diz
O gueto ama e ninguém diz

Salvador, carnavais tô bebendo demais
Sendo covardes são homens demais
A vida é curta, paciência é mais

Foda-se a paz pretos não conhecem a paz
Quero o melhor para meus inimigos
Que todos eles descansem em paz
Descansem em paz

Camisa de time manchada de sangue
Dei sangue pro time, dei ouro pro time
Lutei pelo time, vivi pelo time

Matei pelo time, eu sou o time
Onça, arara, mico dourado, carpa
Eu sou um desgraçado
Só vejo bicho com dinheiro roubado
Bahia-cangaço

Lutei por meu povo, lutei por meu povo
Se eles fecharem a porta, eu abro de novo
Bahia-cangaço lutei por meu povo
Se eles fecharem a porta, eu abro de novo

Ouço o grito, cê fala e não falha
Se não deve, não fique, se saia
Mente pesa, cê saca, não para

Na parede deixo a marca do canalha
No pranto me escalo no pico
Se os pivete ficar, também fico
Absinto abre meu caminho

Mas se caminhar, vai voltar vendo bicho
Sensei, se quiser vem, eu badalo aonde piso
Tragam tretas, tragam vinhos
Pra vocês eu levo hino
Pois meu gueto é muito quente
Nós bagaça estilo quimbo

Quinze anos se passaram e hoje
Pó vende em pinos eu vim do inferno vivo
E trouxe John Constantino
Esse é meu filme trash
Me chame Don Tarantino

Se meu bonde for pra caça
Essas putas já vão tarde
Esperam a volta de Jesus, eu
A volta de Tupac
Então, esse é meu mundo, nego
Invado qualquer gueto

Madrugada fria, a morte do Pimba
Da forma mais trágica pegou
Deus te proteja, cero
Nós sabe que cê guerreou
Amor nessa frase, coração covarde nevou
Na verdade te levou

Minha lágrima é sangue no olho
Com meu bonde fechado no apoio
Vou sair pra pegar, não escolho
Minha cidade não vive de sonho

Se eu ganhar essas bala no rodo
Minha cidade vai viver de choro
Minha lágrima é sangue no olho
Com meu bonde fechado no apoio

Eu saí do meu sertão pra construir São Paulo
O meu show é do milhão
Só pague o meu passado
Não aceito indecisão, assine o meu contrato
Não me pague com cartão
Pois meu dinheiro é caro
As ruas precisam de barras
Você se encarrega do resto

Enquanto cê tenta escrever
Minha vida já é um protesto
As ruas precisam de lírica
Mas sem dicionário por perto
Enquanto cê tenta escrever
Minha vida é viver cada verso

Referência de verdade, cê não vive, nada é
Sou Itamar Assumpção, sou Jards Macalé
Foda-se Nietzsche, vim pra quebrar estátuas
Eu nunca li um livro, minha vida é autodidata

Meu verso é reto, é Avenida, é só o bagaço
Metáfora em favela, cero, me chama de asfalto
Eu grito alto, hardcore, minha voz eu marco
Eu sou Vandal no pagode, vocês precisam de um

Kannário
Cajazeiras estilo solto, rastro raro
(rastro raro)
CBX, Cidade Alta, eu amo Lauro (cite Lauro)
Eu não sou trap, nem boombap
Só pra te alertar
Sou MPB, música pra bagaçar

Não desista que o bagulho tá louco
Batalha, não foge da luta
Eu sei que as bala, os bico, as Glock
Os oitão dos racista te assusta
Reaja à labuta, labuta
Vitória sem bala na nuca

Estrela que brilha no céu
Fortalece meu sonho respeito e a conduta
Liberdade pra voar
O perdão que atirou sem pensar
Faço rap brocando os colete
Cantando a verdade e o povo castelar

Vejo morte constante
Sem ouro branco, anel, diamante
Moleque iludido no mundo perdido
De Air Max se acha um gigante
Passa nada na noitada

Lauro de Freitas e Gambôa ativada
UG afirmo, U-Gangue
Que a família viva de quebrada
Amizade, palavra sagrada
Falsidade pela madrugada
O seu dinheiro não compra o respeito

E que se foda sua vida avançada
Nova Era, rap de rajada
Contenção tá chegando o final
Vida longa quem chora no gueto
Quem tá na cadeia e os barraco de pau

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