Each1, Able - A Subvalorização do Silêncio em Palavras letra (lyrics)
[Each1, Able - A Subvalorização do Silêncio em Palavras letra lyrics]
Saber melhor onde eu estou e instruir-me
Mas a teoria ameaçou destruir-me
O negativismo começa a consumir-me
Quando penso só no que 'tá errado
Com a intenção de corrigir-me
Com raciocínios e metáforas
Lógicas inventadas
Quando na verdade é inútil
Definir coisas tão abstractas
As emoções são autênticas
Indefinidamente nítidas
Perderam milhões de detalhes cada
Vez que foram descritas
Nunca apresentam proporções exactas
Percorrem nos o corpo
Às vezes vertem-se pelas pálpebras
O meu maior erro foi pensar
Que eram todas mecânicas
Ou a consequência lógica de fórmulas químicas
Eu nunca acreditei em Deus mas
Sempre me iludi com palavras
Porque acreditei como um
Fanático noutras teorias
A certa altura estavam todas certas e erradas
São só frases, coisas que foram pensadas e
Que foram escritas
Passei noites a olhar para o céu
A fingir que sabia onde estava
Contentado com qualquer resposta que
Me fosse dita mas só sabes quando vês
Quando ouves, quando tocas, quando sentes
Todas as outras és tu que acreditas
Habituamo nos a julgar os
Outros pelos seus comportamentos
Como se as nossas escolhas
Fossem assim mais legítimas
Toda a gente precisa de
Sentir os pés assentes
E a consequência disso é ter de
Caminhar por entre as linhas
Instintivamente escolhemos as que
'tiverem vincadas
Dá nos algum conforto saber
Que já foram seguidas e é nesta fase que as
Pessoas se sentem mais integradas
Sempre que saírem, ficarão perdidas
Não entendes que o que se diz
É diferente do que se sente?
Que as mesmas palavras cabem
Nos outros sentimentos?
Que há uma distorção enorme
Entre os nossos argumentos?
Que nunca mais nos entendemos se
Falarmos na mesma língua?
Acordamos p'ra realidade com as
Peças já assentes
Sem fazer perguntas nenhumas
Apenas seguindo as correntes
Obedecendo cegamente
Procurando um enquadramento com os outros
Que nunca se ajustará perfeitamente
Com o que somos
Eu digo mais sem dizer nada
Eu digo mais sem dizer nada
Eu digo mais sem dizer nada
Eu digo mais sem dizer nada
A esperança está no silêncio na
Empatia e nos gestos
Na cumplicidade dos olhares como
Demonstração de afecto
Cada vez que se fala sinto
Que a intenção se perde
Como a informação se deforma sempre
Que alguém a repete
Vou numa direcção diferente sem
Saber se estou certo
Desapegando-me gradualmente do pensamento
Em excesso do sentimento que me prende às
Palavras que eu expresso
Deixando-me ir na corrente sem pensar
Ou não se regresso
Por mais que me explique a mim próprio
Mão me entendo, confesso
Não dá p'ra escolher um lado
Sem escolher também o inverso
Porque não somos todos iguais
Nós somos tomos diferentes
E mudamos a cada momento como
É que podemos ser coerentes?
Condenados a expressar nos com
Palavras que nem escolhemos
Que evoluem mais lentamente
Do que o ritmo a que nós crescemos
Definimos coisas novas com as frases
De há muito tempo
Literalmente, a escrita perpetua o pensamento
Eu não sou consistente, não me julgues
Quando exijo silêncio com as mesmas sílabas
Que te peço que não uses
Incoerente, limitado a este discurso
A única forma de ser específico
É com argumentos confusos
Vou escrevendo e apagando
Ciente destas escolhas
Sabendo que falar demais nem sempre
É dizer mais coisas sabendo que são reais as
Sensações e a energia, tão grande
Que até a maior hipérbole
A reduzia num instante
Lamento as minhas perdas mas
Estou grato por todas
Não me posso afastar de mim
P'ra me aproximar das pessoas
Procurei compreensão no que via, no entanto
Ao fechar os olhos abri-os ao
Que era mais importante que é:
"Aquilo que sentes neste espaço
Que fica em branco
Aquilo que vês neste espaço
Que fica em branco
Aquilo que ouves neste espaço
Que fica em branco aquilo que tens quando o
Resto fica em branco"
Eu digo mais sem dizer nada
Eu digo mais sem dizer nada
Eu digo mais sem dizer nada
Eu digo mais sem dizer nada