Johnny Virtus - Sinónimos letra (lyrics)

[Johnny Virtus - Sinónimos letra lyrics]

Eu sou um gajo que se baralha por fases
Quanto mais cresço, decresço
Pela vontade de dizer centenas de frases
Eu sei que idades reservam
Decisões feitas a dois estou contigo
Mas ainda não decido sem falar pr'os botões
Qual o sinónimo? Eu sei qual o homónimo
É dizermos amor
Mas com sentidos pouco próximos
Somos um oposto perfeitamente combinado
Porque nós só concordamos em
Nunca termos concordado
Eu sempre fugi às regras e prazos
Até daria um espaço no tempo
Se outros tempos não ocupassem tanto espaço
A questão passa por tudo ser baço
Por eu ser mudo e não dar tudo e
Tu do nada seres um ponto fraco
E de certo modo, posso dar-me por vencido
Pelo teu certo modo maternal
De lidares comigo


O destino é duro e não o parto, nele parto
É que quando te afronto num futuro
Eu conto mais que um parto
Idades fazem parecer isto uma falha
Não é por isso que deves achar
Que não te ouço enquanto falas
Enquanto falas
Desabafas e vês-me como um moço
E no silêncio há um pretexto para
Eu guardar as mãos no bolso
Pensas que eu não sei de nada
Enquanto 'tás deitada?
A alimentar esperanças com a televisão ligada
Não te sentes bem aqui
E sei que serias realizada
A passear em ruas francesas
Durante a madrugada
O frio apodera-se das frinchas
Da janela mal fechada
Do espaço entre os dedos pousados entre nada
Dum maço de medos com tabaco lá metido
E tu farta de o amassares
De tanto fumares aquilo
O pânico de não 'tares no teu sítio
E vê-lo nos teus arrumos
Como um peluche antigo é ingrato como a arte
Questionar quem somos nós
E o que é hábito é que
Se devia habituar a nós
Ao contrário do que eu fiz, cá para mim
Às vezes lembro-me de te encontrar quando
Sempre estive perdido em mim
O apego que a tua pele dita nas
Mãos com três dezenas de anos
E por três dezenas vamos
Ressuscitar os ramos?
Seria eterno, as minhas mãos na tua face
Até segurar a tua velhice sem
Que nenhum dos dois notasse
Não sei se era suposto tu
Seres sempre o meu encosto
Sem ser preciso fechares-me os
Olhos por algum desgosto
Não há estilos que nos façam
Comuns porque isso cansa e tu não
Ao ver-te com os pés
Descalços enquanto danças
Deito-me e entrego todo esse peso ao sono
Enquanto o cobertor teima com
Forma do teu corpo

Não sei porque é que estás
Não sei porque é que vais
E porque não ficas onde eu estou
Não sei porque é que és
E porque não me dizes
E para onde vais eu também vou

Saio à noite, confesso, como homem vulnerável
Ao sexo, tipicamente perverso
Só que noite é uma loja de brinquedos
Compras bonecas lindas com a pinta
Mas pontaria só vê garantia de dois anos
E antes há uma série de planos
Que não passam de enganos
E ultrapassam a burrice de nos apaixonarmos
Brindam os copos para pingar os corpos
E depois põem-te em qualquer lado
E eu tenho quarto, obrigado
"Acabaste há quanto tempo? Quem
Foi essa pessoa?"
E deviam conhecer-te quando falo
Na primeira pessoa
A base da sedução não é a base da solução
Porque elas puxam tensão para
Quem só quer atenção enlouqueço nessa luta
Passo a ter tantos nomes
Que a minha escuta disputa com a voz
De dentro por mexer no teu nome
Desculpa não o ter previsto
É porque o teu nome existo
Enquanto alucino ou enquanto elucido
Não falo à toa, antes tivesse acostumado
Tiraram-me dez mil palavras para
Não ser bom namorado
Egoísta? Nem tanto por parecer cagar p'a tudo
Eu salvo primeiro os meus antes
De querer salvar o mundo
Tenho as minhas tripes e vivo numa postura
Moldei o meu rosto ao teu em
Vez de pô-los numa moldura
Não te disse amo-te mil vezes
Não foi por ser incapaz
Quanto mais se trabalha menos tempo há
P'a dizer o quanto se faz
Eu trabalhei no meu espaço
E sabes que eu não sou o macho
Que se alimenta da mulher pelo tacho
Eu curtia ver uma casa T2 para começar
Ou escolher um compromisso sem
Apontar com o anelar, para já
Sozinho, tudo o que eu sou é posto à prova
E quando perco o fôlego não te
Vejo a dar-me as dobras
Eu optei por ficares ausente
Contra factos não há argumentos
E de facto esse é o meu argumento
E o mesmo podia ser mudado
Mas eu sou pouco exato
Por querer milhares de cenas e
A resposta ser sempre "exato"
Exato, o que nos une nunca foi óbvio
Somos dois contrários que
Sempre foram sinónimos
Funcionais como a TV com preto e branco
Distantes um do outro
Mas precisam-se entre si
E no entanto encaixam por razões boas ou más
O importante não é o que o amor traz
É quem o traz

Não sei porque é que estás
Não sei porque é que vais
E porque não ficas onde eu estou
Não sei porque é que és
E porque não me dizes
E para onde vais eu também vou

Interpretação para


Adicionar interpretação

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z #
Interpretar