Aláfia, Allan da Rosa - Teu Mar Enche Meus Olhos letra (lyrics)

[Aláfia, Allan da Rosa - Teu Mar Enche Meus Olhos letra lyrics]

Duas semanas distante
E esse amor ziquizira continua o mesmo

São Paulo teu peito é um desbarranco
Teu mar arde em meus olhos
São Paulo boteco, carquéra e cascaio
Teus cachorros montam cabritos
E aqui, até as pombas aprendem a cantar

São Paulo oito cores no arco-íris
Céu rosa e roxo, pincel sujo
Teu crepúsculo é o mais belo
São Paulo Bolívia e Haiti, Senegal Japão
São Paulo camela, São Paulo função
São Paulo onde os táxis não vão
São Paulo funk, São Paulo Buda
São Paulo baião meu pescoço, tua viela
Donde brotam gírias, lamentos e senhas
Poesia magrela que duques copiam quadrado
Pra vender redondo

São Paulo teus salmos são boias
Teus dízimos, iates tuas gravatas, chicotes
Tua madrugada vai mais fundo que o Tempo
África em teus quintais teimosos hortelãs
Florestas nas janelas e beirais

São Paulo preta e branca são Paulo vermelha
Dos barracos
De nossas vistas ariscas e tuas valas

São Paulo pipa rasgada insistindo em voar
São Paulo do cabelo branco e
Seu olhar de vidro
Passo arrastado na ladeira
São Paulo anciã, sua malícia e sua graça
Seus traumas, suas lascas, sua pirraça
São Paulo dos trilhos trincados
Vai de pé e apertada minha esperança
Da Cidade Tiradentes a Perus
Do Jaçanã a Parelheiros
Em goteiras pinga a alma
Batalhando alguns cruzeiros

São Paulo barreiro, palacetes e torres
Rosa despetalada que alucina
São Paulo das tranças são Paulo das trancas
Cadeados nas veias meninas
São Paulo moleca gingando em sequelas
São Paulo da janta, o virado em gamelas
Partilhado por buracos no muro
Sorrindo cabreira são Paulo feira
Sacolona furada leva sonhos pechinchados
Carrinho tropicando a doçura em teus buracos

São Paulo
No teu golzinho de chinelo no asfalto
Rola meu coração ficou o tampo do meu dedão
E aqueles craques que tu esmigalhou
São Paulo na lousa da várzea
Rege as chuteiras a bateria
Come as unhas da alegria
Que domingo, em cada xingo um carinho
No terrão faz seu ninho
Que na segunda, o espinho

São Paulo vasta cabe num varal
De cabeça pra baixo pinga teu pânico
São Paulo dos sabiás são Paulo das ratazanas
Teu rancor, a lixaiada no beco
Teu tesão, a fogueira no escadão

São Paulo teu choro é a enchente do verão
Teu segredo, muquiado no último vagão

São Paulo fardada que escolta o herdeiro
Helicópteros, Lamborghini, diamante
São Paulo Nordeste
Meu cangote tem teu cheiro
São Paulo centro, mil abelhas no vespeiro
Folha seca respingada de cimento
A saliva de teus rios, fedendo, lambe o vento
São Paulo, teu mar arde em meus olhos

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