Eduardo Taddeo, Jota Ariais - Prisão do Remorso letra (lyrics)

[Eduardo Taddeo, Jota Ariais - Prisão do Remorso letra lyrics]

Infringi de Bersa o 5º mandamento
A luz do dia mandei o adolescente pra pinça
Óssea pra tar na ecopraxia
Sangue trocado por glicerina
Maquiagem pra cadáver
Por uma merda de um Samsung J7 Prime
Anunciei o assalto no ponto
Correu como reação não quis perder o bem
Que tava pagando prestação

Me senti tirado, atirei pelas costas
Vi que faleceu
Virei um covarde que matou alguém com
Padrão de vida igual o meu
Fiz uma mãe, pobre como a minha, aos prantos
Desmaiar porque queria colar no fluxo com
As minas pra gastar
Na adrenalina fugi, me sentindo bandidão
Colei no bar contando vantagem:
Reagiu? Derrubei o cuzão

Me gabava quando começou a cobertura da mídia
Era um estudante indo trampar pra
Ajudar no aluguel da família
Com a cocaína nos neurônios fazia sentido
Mas conforme o efeito foi passando
Fui me vendo arrependido
Enquanto a civil me identificava
Ouvia meus parentes
As cenas do BO me corroía
Martelava minha mente

Que merda que eu fiz? Com tanto banco
Hotel granfino
Fui escolher um da minha classe
Pra meter um latrocínio
Polícia invadindo a quebrada
Tentando me encontrar
Cobertura intensa da imprensa
Resolvi me entregar
Fui motivado, não pelo cercos dos porcos
Mas porque já estava tirando perpétua
Na prisão do remorso

Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso

Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso

Olha nós roubando mercadinho da quebrada
Que montaram com FGTS pra não
Ouvir ordem da Playboyzada
Dando coronhada, cessando sinais vitais
Pra pegar no caixa e pôr no bolso 150 reais
Mó erro esperar o semelhante abrir o portão
Pra enquadrar e depenar casa
Em zona de exclusão
Sei que o Estado põe na nossa mão a arma

Mas arrastão no trem, no busão, pra mim
É mó mancada lembre que é do seu povo
A ente indo pro emprego
Que você pede bolsa, brinco
Arranca a aliança do dedo
Tem cadeia que até já deram o aviso
Ladrão de fita sem futuro aqui não tem vaga
É proibido
Na cela superlotada toda noite é um pesadelo
A vontade do suicídio rondava o tempo inteiro
No bonde indo pro julgamento o que me afligia
Era sentar no banco dos réus
E encarar a família
Entre lágrimas ouvi o veredicto
Que doeu menos que os
Gritos de: Assassino! Assassino!
Sabia que era '20' pela campanha Band e Globo

Motivo torpe
Matei e nem levei o produto do roubo
Vi o retrato do menino na mão dos parentes
Tinha 17, uma vida inteira pela frente
Por ter posto seu nome no atestado de óbito
Vou cumprir pena pra sempre
Na prisão do remorso

Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso

Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso

Sistema quer nossa inteligência pondo na mira
A CG de leilão do entregador da pizzaria
Quer nós contra nós longe
Dos prédios do Morumbi
Pegando Gol bola do vizinho
Pra apanhar outro Chassi
A escola que você invade pelo computador
É a única chance de vitória do sofredor
Pra ter uma creche na área demora décadas
E nós rouba o material didático
A brinquedoteca
Atitude é túnel que vai pra tesouraria
Não 'ajudar' idoso no banco
Pra catar a aposentadoria
Toda vez sacamos revólver pra um favelado
Que promete a pena capital
Se elege como o mais votado
Nervoso, vou trombar a mãe da vítima
Aceitou participar da justiça reparativa
No dia não olhei nos olhos, tava envergonhado

Chorando, falei quanto queria
Voltar no passado
Não acreditei quando ela segurou minha mão
Em vez de ofensas, disse: Você tem meu perdão
Voltei pra sala desconsertado
Com um certo alívio juro, nem eu perdoaria o
Assassino do meu filho
Fomos todos destruídos pelo plano político
Que me pôs no crime, me fez apertar o gatilho
Deixou de um lado entes
Matando saudades com foto
E de outro um eterno matriculado
Na prisão do remorso

Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso

Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso

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