Eduardo Taddeo, Jota Ariais - Órfão letra (lyrics)

[Eduardo Taddeo, Jota Ariais - Órfão letra lyrics]

Sempre odiei meus pais quando criança
Eram dois drogados dando multa na vizinhança
Não me levavam pra escola infantil
Com arte visual ensinavam só com alfabeto
Com malabar no sinal
Me torturam mentalmente em período integral
"Vai pro conselho tutelar se chegar sem
Um real"
O Mickey na Disney Channel da minha infância
Foi uma mãe em troca
De pedras fazendo programa
Foi um pai com gaiola fixando ossos quebrados
Por tentar passar nota falsa no tráfico
Tinha nojo das suas mãos
Queimadas pelo isqueiro
Das bolhas na sua boca da perda de peso
Olhava as roupas doadas
Falta de higiene pessoal
Pensava: "Quando crescer
Mando os dois pro funeral"
Ingênuos nos viam como pessoas adoecidas
Viciadas estrategicamente pra se
Afastarem da política
Não precisavam de GCM expulsando do centro
Mas de cuidados psicológicos, medicamentos
Hoje perdoo cada surto psicótico, agressão
Por me apontarem facas pela
Mania de perseguição
Hoje perdoo quando saíam pra fumar
E me deixavam sozinho
Faminto por dias, pedindo comida pra vizinhos
Me envergonho por toda vez que eu respondi
"Cadê seus pais?" Sou órfão
Morreram quando eu nasci

Perdoa mãe
Pelo meu olhar de ódio quando se drogavam
Por te pedir num caixão, quando eu orava
Se soubesse que injetam crack
Pra politizar e destruir
Jamais teria dito: "Sou órfão
Meus pais morreram quando eu nasci"
Perdoa mãe
Pelo meu olhar de ódio quando se drogavam
Por te pedir num caixão, quando eu orava
Se soubesse que injetam crack
Pra politizar e destruir
Jamais teria dito: "Sou órfão
Meus pais morreram quando eu nasci"

Fui outro bebê que o boy deu
Sifílis na UTI neo natal
Que sobreviveu a encubadora
Abstinência fetal que nasceu prematuro
Que foi pro CAPS infantil
Que teve déficit intelectual
No período estudantil
Com sete, fugi de casa, aliás, da barraca
E fui morar com minha vó
Que conseguiu a guarda
Detestava quando apareciam pra me visitar
Se vacilava roubavam vídeo-game, roupa
Celular quem anuncia o fim da cracolândia
A mando do comércio
É o que gera enfisema pulmonar
Compromete cérebro
Não é dado da Fiocruz, dizimam via cachimbo
Afetam os sentidos pra dependente não ver
A sopa com vidro moído
Acordei pro mundo onde 1 a cada 2 usuários
Será barbaramente assassinado e não reclamado
O Brasil não é só o líder mundial em consumo
É o que mais mata
Dependentes químicos no mundo se visse
Não veja que os 5 mais ricos brasileiros
Tem juntos o que 100 milhões
De nós tem em dinheiro
Não veja que a elite gera
Disputa por presídio batismo
Escudo humano em assalto à banco coletivo
Agora sei que fumava droga
Que não foi incinerada
Porque a PF pôs no lugar, no forno
Farinha láctea
Agora sei que não eram nóias, cracudos
Craqueiros meus pais eram vítimas dos
Ricos genocidas brasileiros

Perdoa mãe
Pelo meu olhar de ódio quando se drogavam
Por te pedir num caixão, quando eu orava
Se soubesse que injetam crack
Pra politizar e destruir
Jamais teria dito: "Sou órfão
Meus pais morreram quando eu nasci"
Perdoa mãe
Pelo meu olhar de ódio quando se drogavam
Por te pedir num caixão, quando eu orava
Se soubesse que injetam crack
Pra politizar e destruir
Jamais teria dito: "Sou órfão
Meus pais morreram quando eu nasci"
Nem lembro quantas vezes minha
Mãe ficou grávida
Quantos filhos ela deixou na maternidade
Na alta
Quantos foram adotados, ficaram em abrigos
Quantos morreram em rituais
Quantos ainda estão vivos
A última vez que vi meus pais
Me pediram dinheiro
Otário, falei: "Não chega perto de
Mim com esse cheiro"
Dei lição de moral como um endinheirado podre
Que faz missão na África porque
Gera lucro com Post
Mentira, não jogam tijolo em polícia
A mando do tráfico
Não querem sair do porto-seguro
Serem internados
Pra muitos o cachimbo é anestésico
Válvula de escape
Pras derrotas cotidianas na luta de classes
Se a droga devastasse da mesma
Forma a escória rica
O fim seria caso de clínica, não de polícia
Mudaria com eles com os dentes estragados
Pegando água da via pra lavar vidro de carro
Deviam morrer pelas vidas vividas
Em função do Crack
Que tem uma década apenas de longevidade
Pelos que tem que apelar
Pro estelionato da fissura
Inventando mentiras pra receber
Donativo na rua
Aí você que tem parente vítima do vício
Pega a visão: "Não desista dele
Não jogue no lixo"
Infelizmente só compreendi a temática
Depois que as larvas devoraram meus
Pais numa cova rasa

Perdoa mãe
Pelo meu olhar de ódio quando se drogavam
Por te pedir num caixão, quando eu orava
Se soubesse que injetam crack
Pra politizar e destruir
Jamais teria dito: "Sou órfão
Meus pais morreram quando eu nasci"
Perdoa mãe
Pelo meu olhar de ódio quando se drogavam
Por te pedir num caixão, quando eu orava
Se soubesse que injetam crack
Pra politizar e destruir
Jamais teria dito: "Sou órfão
Meus pais morreram quando eu nasci"

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