Favela Cria, Rico Neurótico, Hélio Bentes, DK47 - Curso Natural letra (lyrics)

De aliança rompeu, os homem se corrompeu
Fé em Deus, com suas asas
Ele protege os seus
Da escuridão que revela, vi olhares de pedra
Pro sentimento que cega quem
Tá perdido na selva
Seguindo a brisas e buscando estrelas
Enxergando na imperfeição a verdadeira beleza
O vento vindo do oeste
Folhas caindo no outono
A Lua se recolhe, o Sol desperta do sono
Ilumina a rotina que acaba não sendo igual
Vida segue fluindo em seu curso natural
De quebrada tem mil quilômetros rodados
Sofrimento compartilhado em alguns
Metros quadrados
De covarde, saudade, decepção e ódio
Que no estado líquido cai dos meus olhos
Quem não sabe o caminho
'caba seguindo qualquer
Deixando lágrimas cair pra ir regando sua fé
Tem que valer, viver, seguir, agradecer
Que a angústia da noite termina ao amanhecer
Então se joga, se lança
Quem acredita alcança
Enquanto tá respirando
Ainda existe esperança
O Criador odeia o pecado, ama o pecador
Por amor, o homem sanguinário
O Filho entregou
Busque a apreensão na ficção, facção
Na cruz, o alvará e o perdão pro ladrão

Sou eu quem vou pagar quando o juízo chegar
Sou eu quem vou perder quando o martelo bater
Mas se o martelo pregar a minha mão numa cruz
E houver no fim do túnel uma fresta de luz
Será sinal que eu 'tava no caminho certo
Eu vou fazendo de tudo para sair ileso
Daniel sobreviveu e deixou muitos surpresos
O grito preso na garganta
Pronto pra se espalhar
Nos quatro cantos do mundo, nada pode parar
Cavaleiro blindado, soldado de Jah-Jah
Reconhecendo o território pra poder trabalhar
Em cima de mentes pensantes
Um tanto suplicantes
Tipo molho picante, na batida e no punch
Não é à toa que tô no front
Sem saber no que vai dar
Mas com os pés no chão, tacando Bless Fya

Chego com o pé na porta, me ame ou me deteste
Vidas pretas importam
Os monstros me chamam de mestre
DJ Long convocou, soltou o boom bap
Sample de Nina Simone que
Eu ouço desde moleque
Pichando as ruas, de automotiva calhambeque
Não acreditavam que eu chegasse aos dezessete
Diziam aos beatas no ano de '97
Enquanto ouvia Bob Marley na fita cassete
Aquele que trabalha tem que acreditar
No fim da tempestade o arco-íris vai brotar
O que ensina traz sabedoria
Em sua grande maioria pode até fazer sangrar
Pela fresta da janela o Sol vem indicar
O tempo é pouco tempo pro sonho realizar
Curtir a vida tipo Senna na corrida
Focado no objetivo sem medo de arriscar