Gato Preto, GOG - Eu Rimo letra (lyrics)

[Gato Preto, GOG - Eu Rimo letra lyrics]

–E aí, moleque? –E aí
–Te vejo há um tempo na galeria –Ahãm
–Vendo aí na correria sei que cê é nordestino
–Sou de Ilhéus, na Bahia
–Mas tipo o que cê faz
Velho? Qual o seu talento? –Ah, eu rimo
–Tipo, tipo o que? Eu quero entender

Eu rimo a inocência, o nascer de uma criança
Notícias que matam saudades
Trazendo lembrança
O moleque da cadeira de rodas
Que perdeu a infância
Dos políticos, o roubo, a ignorância
Dos policiais, a brutalidade
A terrível matança
Do cristão que espera por Deus
E não perde a esperança
O vento que sopra a folha
Levando a distância
Um guerreiro que ataca, não recua, só avança
Eu rimo o descaso, o abandono, a preguiça
O Brasil da miséria, corrupção, injustiça
A maldade no peito no pensamento, a malícia
A vista grossa da nossa política
Quando a lei é pro rico tudo se arquiva
O castigo pro meu povo, aí a lei pisa
Eu rimo o governo atual
Que me lembra a ditadura
Porque fome e impunidade também
São formas de tortura
Eu rimo os bares, os cachorros na madrugada
Um andarilho com frio numa noite gelada
A criança esquecida no banco da praça
O idoso no sinal ou largado na calçada
A nordestina que anda quilômetros
Por um balde d'água o sistema que nos faz
Sentir pessoas incapacitadas
Um pai de família que, em desespero
Abadona a casa
A moça que começou com cigarro
Hoje é viciada
Os adolescentes que pensam que sabem tudo
Pai e mãe não são nada
Muito cuidado, o mau pensamento é uma espada
Eu rimo o que a sociedade
Chama de feio ou belo
Eu rimo o que os ignorantes
Chamam de céu ou inferno
Eu rimo o mal, o amor e a guerra
Os gritos do Nordeste, favela
Família largada ao leu
Criança com febre amarela
Uma bala que atinge inocente
Deixando sequela

Rima, Gato Preto rima, verdade brasileira
Poesia nordestina, rima
Rima, Gato Preto rima, verdade brasileira
Poesia nordestina, rima
Rima, Gato Preto rima, verdade brasileira
Poesia nordestina, rima
Rima, Gato Preto rima, verdade brasileira
Poesia nordestina, rima

Eu rimo a mulher que não perde
A fé e acende uma vela
A batalha, a luta do cidadão pela terra
O ódio, o rancor, a inveja
A dor que, num peito ferido, agora se encerra
A mãe que, pra dar à luz, nove meses espera
A consciência pesada que um criminoso carrega
Eu rimo o prazer, a paixão de uma donzela
Que quando se deita, de corpo e alma
Se entrega a beleza, o traçado no
A força, a garra do ser feminino
A busca por uma fuga, a saída de um labirinto
A ansiedade e a esperteza daquele menino
O conquistar da mulher que
Vence com muito carinho
A verdadeira esposa que, quando
O marido precisa, ela não deixa sozinho
O recém nascido, a nova vida, o novo caminho
As flores do campo, o pássaro do ninho
A estrela tão bela da rosa, o espinho
O, a orquídea, o cavalo marinho
Eu rimo o amor de Jesus pela vida
O esforço pra salvar uma alma perdida
O sofrimento da mãe que chora
Que luta pra recuperar o seu filho das drogas
Eu rimo o que vejo, que sinto e escuto
O inevitável, o invejável, o absurdo
A sombra, o claro e o turvo
O solo, o mar, o vento no túnel
O estar, o agora, o antes, só não o futuro
Eu rimo um tanto, um terço, uma parte
Eu rimo quase tudo

É isso aí, poesia, a periferia e a amizade
Gato Preto, família GOG

Rima, Gato Preto rima, verdade brasileira
Poesia nordestina, rima
Rima, Gato Preto rima, verdade brasileira
Poesia nordestina, rima
Rima, Gato Preto rima, verdade brasileira
Poesia nordestina, rima
Rima, Gato Preto rima, verdade brasileira
Poesia nordestina, rima

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