Lucas, Xis, Micaela, Paulo brown - Bem Pior letra (lyrics)

[Lucas, Xis, Micaela, Paulo brown - Bem Pior letra lyrics]

Aham! Aham! Ah! Uh ah! Ô-ô-ô
Tio, me dá um real? Culpado!

Pior não foi correr só
Bem pior foi não sentir medo algum
Passar por um, por dois, no meio da multidão
Despinguelado, a milhão, no Viaduto do Chá
Ouvindo o bico gritar: "pega, pega!"
Hã! Tá, já era, tá, entrei no jogo
Ganhei de novo, sou jogador
No crime, na rua, eu atuo no fogo do inferno
Sem leite materno, eu cresci
Juro, de pinto duro, com uma pá de traveco
Na boca do lixo, sem futuro
Pô, sem porra nenhuma
Outono-inverno, verão-primavera
Ah! Mesma merda, mesma moda
Mesma blusa do camelô, que é anti-Pitta
Filho da puta
Casou com a branca, vagaranha não me adotou
Primeira dama da cidade, papo furado


Primeira inútil de nariz empinado
Ri no Ataíde, patife que ri

Só! Bem pior foi não sentir medo algum
(Só! Bem pior foi)

É bem pior quem sapeca, também, teca
Chupa checa cheirando a noite inteira
Muito louco só de festa
Estica, risca, puxa, amarga a vida
O corpo lá na Augusta, a mente lá na China
Que fita, cê acredita? Pior foi
Viver de correria, noite e dia sem ter boi
Foi sem documento, data de nascimento
CIC, identidade, PlayCenter Passaporte
Criança pobre, heh, sem esperança
Sem programa ei, cadê a grana?
O tal do donativo, cheque, Big Mac
Brinquedo do Gugu, hahaha! Crack-crack
Não! Ra ta ta ta ta, pa pa pa! Click-cleck
Sei, foi brincando de mocinho e bandido
Correndo dos polícias do Jânio, fodido
Nenhum pra constar c'uma pá de inimigo
Aí, arrombado, escuta o que eu digo
Ódio recíproco, meu veredito

Fernando Henrique Cardoso: culpado
Paulo Maluf: arrombado
Antônio Carlos Magalhães: culpado
Roberto Marinho: arrombado
Fernando Collor: culpado
Luiz Antônio Fleury: arrombado
Silvio Santos: culpado cesar Maia: arrombado

Quem dera eu (eu) , muito inteligente
Passando uma cola pro neto do presidente
Oito em matemática, nove em história
Camisa 10, titular na quadra, jogando bola
Sem escola, sem, sem saber
Por onde, quando, como e por quê
Tô condenado a morrer de cólera
De dor de dente, com febre, na nóia
Que bosta! Quem me viu, quem me vê, assim
Passa longe, tem nojo, não dá um conto
Pobre, louco, fodido, sem pai, nem mãe
Na Central do Brasil, cheirando esgoto
Escreve aí, vai, coloca, aí, na carta
Anda logo, vai, sua véia, escreve, aí
Criança cresce quando não morre
Quer ibope, dinheiro, sexo, droga
Quer curtir
Infelizmente, assim, segue, assim, a rua
Polícia, tiro na nuca, filho da puta
País do caralho, só tem pilantra
Ninguém aguenta, veneno puro, é muita treta
Esquenta, põe no prato, caspa do Diabo
Meu relato não vale um cuspe, este é o fato
Vida de rato é bem melhor
(Tio, me dá um real?) bem pior

Só! Bem pior foi não sentir medo algum

Só, só, só (e aí?)

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