Consciência Humana, Beth Carvalho - Território Leste letra (lyrics)
[Consciência Humana, Beth Carvalho - Território Leste letra lyrics]
Outro dia amanhece, é território leste
Favela tumultuada com a morte
O terror se veste
O instinto igual de um animal
Não importa o que seja
Pediu a febre 2 á 0 a resposta é escopeta
Arrastou pra rachar, por um fim, mataram
O sangue no canto da guia
É pra nunca desacreditar
O muro mostra um encontro de um poder sem dó
Premeditável, calculando o pior
"Que nada trutão
O bagui parece cena de filme"
Cena de filme o caralho, real, é de verdade
Um arrombo no corpo gravou a
Dor visível na face
10 e meia da manhã tendo o
Conforto da própria poça de sangue
Jornal colocado por um morador, um silêncio
Um instante
Trabalhador que passa na rua para
Calafrio, também tremi com o pai
Que sem maldade declara
"Ainda bem que o meu filho estava preso"
Sinal da cruz e que Deus
Ilumine a nossa caminhada
Silêncio o sambista está dormindo
Ele foi, mas foi sorrindo
A notícia chegou quando anoiteceu
Escolas eu peço um silêncio de um minuto
O bexiga está de luto
O apito de pato na água emudeceu
Partiu não tem placa de bronze
Não fica na história
Sambista de rua morre sem glória
Depois de tanta alegria que eles nos deu
E assim um fato se repete de nov
Sambista de rua, artista do povo
E é mais um que foi sem dizer Adeus
Silêncio silêncio
Ontem foi o Mestre Batunad infelizmente
Hoje é Pancho, Sabotage, muita saudade
O que aconteceu ontem no bexiga, hã hãaa
Hoje acontece em todas as
Periferias do Brasil
E eu agradeço o Quinteto Em Branco E Preto
E a madrinha do samba Beth Carvalho
Por ter chegado somando com o
Consciência Humana nessa revolução
Revolução que prova que
Nossos motivos pra lutar ainda são os mesmos
O poder que várias vezes manchou
A quebrada de sangue
Desarmado seguido de uma morte fulminante
O sonho que existia já não existe mais
Foi abalado
Sentimento por vários camaradas derrubado
Quer bater da mesma forma
Causar os mesmos prejuízos
Pensamento violento, minha mente explosiva
A mesma faixa de idade
Igual de vários, minha, sua
Vendo na cara a escopeta cria loucura
Lado leste a morte sem dó passa na rua
Espreita, quer o atraso, arma o bote, racha
Derruba canhão que aparece, fumaça que sobe
Á frente abatido não respira, cheiro da morte
Uma mãe em desespero toca no
Corpo do filho gelado
Reconhecido na mesma hora
Pelo simples vestuário
Vários pontos da cidade casos semelhantes
Criminoso fardado sorri
Na verdade quer sangue
Chamar pra matar, executa, quitar, levar
Não são os primeiros do mês
Tem várias dessas dia á dia
Servidor público
Acesso livre chegou ao hospital
Longe da cena do crime, não existe suspeito
A cena define
Prova eliminada, boletim completo escrito
História distorcida já não existe indício
O que era pra ser feito foi feito
Sutil o efeito
Criminoso desaparece, polícia mais um exemplo
Real necrotério, prazo final
Camaradas, familiares em tristezas, funeral
Coroa de flores, várias famílias a mesma dor
Lei da periferia, exterminar, esperar o pior
Agora peço ao senhor que afaste
A violência do morro
Que agoniza sem se quer ter algum socorro
Sonho em ver a população unida
Pois os polícias se unem pra
Matar os manos da periferia
"Descanse em paz mãe, zézinho
Gilmar Alvos da Lei"
"Que Deus o tenha, esse plano carnal é nosso
Meu salve de lembrança, de saudade
É pra minha mãe Dona
Tereza Cerqueira da Silva
Quero dar um salve pro Renato, pro Piriquitú
Pro Tico que partiu pro plano espiritual
Futica, Tio Jão, Tia Iái
Evely minha sobrinha que Deus a tenha"
"Comunidade dos Unidos do Morro
Pede um minuto de silêncio para o mano Rony
Comunidade do Raízes
Em nome do Futebol de Várzea
De Taboão da Serra
Pede um minuto de silêncio
Para o mano Chocolito
Comunidade do Jardim Elena pede
Um minuto de silêncio
Para o mano Birão, descanse em paz sangue bom
Aí Diai, aí Daniel do Rap, esteja em paz"