João Pestana - Humano letra (lyrics)
[João Pestana - Humano letra lyrics]
Sem nunca parares
Já se faz tarde para o trabalho
E em casa és esperado
Em todo todo o tempo, e em todo, todo o lado
És trapo usado rasgado, pêndulo personificado
Suportas o sistema com o teu suor e trabalho
Limpas a latrina e o azeite dos privilegiados
Quando o caminho é longo, rezas por atalho
E depois choras se o mais fácil
É o mais conturbado é a natureza humana
Futilidade emana ser escravo toda a semana
Para sentir a gana, da grana, no bolso
Roupa nova, colares no pescoço
Divulga nas redes fatais que
Estás num novo troço
Na realidade nada ouço, calma moço
Deixou-te dorido a massagem ao ego
Cura as dores, cospe uma indireta
Fuma mais um prego
E a culpa nem é tua
No fundo foste condicionado
Livre arbítrio é ilusão se em
In vitro és criado ah bicho programado
O teu cérbero já nem tem pele
De tantas vezes ser lavado
Claro que é natural ao ser
Banal ser fútil e imoral
Se desde feto assim foi concebido
O sistema mostra o rambo aos putos
Para criar o mercenário enlouquecido
Enquanto assisto complacente do comboio
Que me leva ao subúrbio esquecido
Quebra o chip e queima na parede
Encaixo murro
A tecnologia que te ia salvar é o
Que te faz ainda mais burro
Pelo andar da carruagem
Barrico-me na caverna
A televisão formata e o radio envenena
Por isso há que cortar comunicação
Com a raça em degradação
Que me dá a comer mentiras
Pela glória da nação
Sente a pressão da normalidade
Rapidamente sacode
Isto é 1 por cento a hipnotizar 99
A música pop, a telenovela
Fátima, futebol, fado meninas à janela
Grupo de pessoas a cochichar em parlamento
Revistas cor de rosa
Filmes de grande orçamento
Poucos socialites
Devia haver cambadas de tais
Uns fogem às vacinas
Outros levam picas a mais
Todos os dias a toda a
Hora morrem pessoas pelo mundo
Mas porque para tudo quando
É um famoso defunto
Faz parte do show, passerelle, da marcha
De quem acha por bem
Criar um culto de personalidade a
Quem já nem a tem
Já vem da mãe, da mãe, da mãe, da mãe
Entretenimento para os reféns
Respira vai lá fora
Percebe que não é de agora
Grega sem que ninguém veja
Hm, para que serviam o coliseu e a igreja
Pirâmides, cristo rei, toda a arte criada
Meca, guerra, tourada hm, o que fazes, nada
Decide se vais comprar bilhete
Para o espetáculo
Ou, ficar à entrada, na real
Nada do que fazes importa
Vê os teus profetas e boas intenções
Ficarem à porta puxa a corda equilibrada em
Alguma superfície rasa
Vê passar a mesma programação ou
Fecha os olhos e baza
És humano e ya, é isso que te atrasa