João Pestana, Youngstud - Respira letra (lyrics)

[João Pestana, Youngstud - Respira letra lyrics]

Corpo morto como o ponto num carro
Ao sabor do relantim fumo um conto no quarto
Queria criar um conto inspirado e
Tou fodido c'o parto
Nestes dias eu não vi aparecer
O duplicar das frases
'Tou a complicar, são fases
Olho clínico, avalio o caso
Muito duro comigo ou quase
Mas nunca alcancei a catarse
Ainda mando o rap catar-se
Merda p'ra tudo o que eu faço
Herdo o futuro da minha base
Ser mais um pobre e honrado
Casa, trabalho, trabalho comida pra minhocas
Compro o cancro no talho aprendo
E vivo como idiotas devo ser um apostas?
Estupidez eu tenho às postas
Morte a porta? Não tenho seguro eu
Vou de vela na volta
Vida vou vê la torta onde


Já mais se endireita
Com tanto xuto e pontapé na peida
Mas um gajo aceita
Tipo que sou da seita de Satan
O meu remédio sem receita
E visto-me a preceito para
Receber o faith né?

Conta até 10 e respira
Quanto mais cedo aceitares que a vida finda
Mais a verás linda: lida
Conta até 10 e respira
Quanto mais cedo aceitares que a vida finda
Mais a verás linda: lida

Eu escrevo pra dar a cor a isto
Como quando dás o coro e ris-te
De felicidade ingénua mas entraste com
O pé em riste mas eu respiro e visto
Todo e qualquer espiritismo
Nem que seja para fugir do abismo
Eu abri-me e viste
Nestes olhos vazios há uma gema rara
Com bagagem mas com paisagens
De uma beleza cara
E eu dou graças a todas as
Maravilhas onde eu passo a
Minha tristeza não é tão triste assim
Só pinta e adorna o quadro
Eu não 'tou convencido, meu caro
Aquilo que eu já rimei devia pelo
Menos ter pago um carro
Mas vou viver com um "se"
Ou vou viver de facto
Eu vou ser o que tiver de ser
De roupa suja ou de fato, isso é um facto

Conta até 10 e respira
Quanto mais cedo aceitares que a vida finda
Mais a verás linda: lida
Conta até 10 e respira
Quanto mais cedo aceitares que a vida finda
Mais a verás linda: lida

Um, dois, três, quatro, cinco
Seis, sete, oito, nove, dez
Respiro fundo para não encarnar a peste
E o teste veste a pele de tudo
E eu infecto, dejeto que carrega o mundo
No fundo, alma desconexa, que ingénua peca
Não no abordar mas na análise da tarefa
Acho que sempre fui de mexer jogo
Até comer a última peça
Mas sou mesmo canibal, ou
Não sei jogar esta merda
Alerta meia Leca quem promove esta corrida
Quer o teu olho na meta
Fraco foco na paisagem
Logo está que é tão bela
Faço fogo na viagem sinto a brisa na lapela
Já que somos descartáveis como
O fim desta novela
Sempre soube o que estava escrito
Um final castiço nem feliz nem
Triste e sem Glória nisso
Puxo uma e penso o que é
Que eu levo mesmo disto
Andar sempre de arma em riste
Quando quero é pacifismo
Serenatas ao abismo para provar que existo
Repito infinito no infinito a rotação
Dos mesmos discos não sou Arisco ao dito que
Todo o dia é circunscrito
Mas respiro, conto até dez e ressuscito

Conta até 10 e respira
Quanto mais cedo aceitares que a vida finda
Mais a verás linda: lida
Conta até 10 e respira
Quanto mais cedo aceitares que a vida finda
Mais a verás linda: lida

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