João Tamura - An24seplissin letra (lyrics)
[João Tamura - An24seplissin letra lyrics]
Começo de tudo o resto
Entre as montanhas uma boca
entre nós um universo
Quem suporta o meu rosto entre
Mãos belas em excesso
Enquanto os dedos se entrelaçam e
No peito bate um deserto?
E depois do fim do mundo
Depois do fim do sexo da nudez que tu vês
De quem é a vez de ficar cego?
Canções e poemas sobre tudo e sobre nada
Sobre as quedas, sobre as falhas
Sobre o fundo e sobre a raiva
As nossas luas são privadas - como
O chão que ela pisa
E neva no Rio Neva: grava a vida numa fita
As coisas que importam deveras? aquilo
Que as feras gritam!
E no nada, nada fica: estrada de Benfica
O que a eternidade pode? ou
A que nossa idade fode?
E nós falamos sobre querer uma vida melhor
Mas como se a rotina nos ensina a fracassar?
A tentar ser imortais em 24h por dia
Amor, não dá
Corpos, ossos, facas - homens fortes falham
Cigarros no meu bolso
Coisas boas que nos faltam
Os filmes imaginários
Quadros que não existem
Os amores temporários
Os mundos que só tu crias
Uma montanha, duas bocas
Dois corpos com quatro braços
Dez dedos em duas mãos, uma vida, cem cidades
O batimento certo o sentimento? perto
Cem passados, dez mulheres e um deserto
E os fumos da Lisnave no horizonte
De uma Lisboa nada nossa que
Nos vai morrendo aos poucos
Voamos para onde? Singapura? Roma? Londres?
Nós Deuses que têm sede
Como o sangue de imperadores
E nós somos para sempre como
O Ulisses de Joyce
Perguntas "como amar"? e eu
Respondo como posso na sombra dos animais
Como te corre a solidão?
Como um homem que tudo tem
Mas nada guarda nas mãos
Nós estamos bem ou talvez não