João Tamura - Para Nunca Mais letra (lyrics)
[João Tamura - Para Nunca Mais letra lyrics]
Desprotege-me de mim próprio e
Entrega-me a Cronos
Enterra-me o trono: os tombos da sina
E a crença que nos liga
É a impermanência da vida
Nos fados da ressaca há silêncio pai, mãe
Braços que nos abraçam e aquilo que vai, vem
Frente às fontes do Bellagio
Numa noite vaivém
Numa opulência em que tu cais em
Noites Brancas de Fiodor, os
Corpos sei de cor, são
Ardentes como Mordor e o amor não se explica
Danças a Bjork ou são gotas do teu suor – só!
Levitam como o pó
Depois da vida o que é que fica?
À espera que o tempo nos leve a nós
A cada momento a que eu perco a voz
Dona do medo em que eu espero a sós
Enterra o veneno que fere os olhos
Goya traz as coisas más
Nada volta atrás, quão fugaz o que nos faz?
Para ver Para dar para estar Para ter
Para ir Para ouvir para sorrir e entrar
No princípio eras o meu amparo de quedas
O meu corpo desconstrói-se como
Quem mergulha em pedras
O aroma do sono, as doenças do tempo
Serão os corpos que dançam aqueles
Que choram por dentro?
E nós vivemos sob o escudo das palavras
Tão frágeis como os ossos que nos fazem
Tão falsas utopias que nos rasgam
Tão baças como os sonhos que nos faltam
E até que tudo voe: quantos anos?
Somos deuses, somos escravos ou somos ambos?
O meu pathos são guitarras:
Lisboa dos Anos Verdes
Tu dedilha a alma, calma
Com a astúcia de Paredes
Devaneios da beleza: os tópos do bréu
A nossa alma tem dois corpos: o meu e o teu
E para nunca mais mentir: sela-me
A boca com as mãos, e para nunca mais fugir:
As inércias do coração
Para ver Para dar para estar Para ter
Para ir Para ouvir para sorrir e entrar