João Tamura, Miguel Cruz - Dizer Adeus letra (lyrics)
[João Tamura, Miguel Cruz - Dizer Adeus letra lyrics]
Qual a melodia que toca a partida?
A casa é uma arena vazia onde se
Arrasta aquilo que em mim cabia
Na outra face do sol: navegamos
Em barcos sem mastros incendia, amor
Todo o meu rasto - assim
Como chocam os astros sabemos a vida de cor
Vale todo o mal e eu não quero mais
Sei o lugar vil onde vais
Ensina-me aquilo que sabes a mais
Os amantes não têm momento:
O sentimento, o falso, a perda
E tu reza onde o mal reza, presa
Ou arde como uma estrela
E o grão de filme, e o chão vil
E o mal de nós - eu sei
As limitações são o corpo
Eles querem-me morto - é aquilo que é lei
E sobrevivemos com pouco desliga a TV
Olha que ela te engana
E onde é que eles arranjam esses
Palhaços que em nós mandam?
Não é onde eu cresci, onde eu estudei
Eu sei o que eu valho
As botas e mãos que pisam
Os cravos ditam os ordenados
Presos na culpa do fado, nos olhos vendas
Vende o tempo cresce a renda, não a vida
Vale tão pouco aquilo que temos
Falo do pouco daquilo que temos
Canto o sufoco daquilo que vemos
Presos no negro do fado
Venda a face e vende o Tejo
Cresce a renda, não a vida
Vale tão pouco aquilo que temos
São difíceis estes tempos para te amar
Sou eu e tu e à nossa volta não há luz
Peço forças para te agarrar e não largar
Mas não sei bem a quem
Não sei quem se esconde por trás deste caos
Que brinca com a vida e
A morte como lhe convém
Até que a dor desfaça o nó das nossas mãos
Preciso de ajuda, já não sei ver
Troquei os meus olhos pelas mãos
E perdi a tua
Já não tenho norte deste mar sem maré
E deixo-me levar por uma alma nua
Que me seduz e me faz acreditar
Que não sou ninguém
Os dias agarram-se à pele: uma casa
Que de nós nunca sai
Os dias que rasgam a pele: uma
Doença que de nós nunca vai
As noites que passamos à margem
Sabemos que o mar é selvagem
Decoro a tua imagem
Para quando mais tarde me for
Trabalho naquilo que for, naquilo que é dor
Naquilo que der sabemos tão bem essa cor
Mas nunca o sabor da neve
Lá fora falamos da greve mas
Creio que nunca acontece
À medida que o mundo nos cresce das
Mãos para fora chega à hora
De dizer adeus, tudo em nós em breve